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Lula defende delicadeza na hora de cobrar o governo: ‘Olho na realidade’

O Presidente destaca que o governo tem que 'fazer mágica' para estabelecer suas prioridades

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assegurou nesta terça-feira que os apoiadores precisam demandar ações do governo com base na 'realidade', mencionando as restrições do orçamento federal como um 'cobertor curto'. Lula enfatizou que o governo precisa 'fazer mágica' para estabelecer suas prioridades. Ele também destacou que detém uma posição minoritária no Congresso Nacional e solicitou indiretamente o envolvimento nas próximas eleições municipais.

— Não me incomoda que os movimentos façam exigências ao nosso governo, porque é para isso que fomos eleitos, para responder às suas aspirações. No entanto, é crucial que sejamos cobrados levando em conta a realidade — declarou Lula durante a Conferência Nacional da Educação (CONAE) 2024.

O presidente continuou:

— Quando solicitamos mais verba para algum setor, temos duas maneiras de obtê-la. Ou aumentamos a receita, ou retiramos de uma área e colocamos na outra. Todos sabem que quando o cobertor é curto, se cobrimos a cabeça, descobrimos os pés. Portanto, temos que 'fazer mágica' para definir cada vez mais as prioridades. E as prioridades do nosso governo são duas: a educação, e a saúde pública merecem prioridade em nosso governo. E em terceiro lugar, cultura, porque sem cultura nenhum país vai a lugar nenhum

Destacando a escassez de apoio do Palácio do Planalto no Congresso Nacional, Lula disse que os apoiadores têm a 'responsabilidade' de ajudar o governo na aprovação de medidas, já que é preciso ter a 'competência e habilidade' para 'dialogar com quem nos desagrada'.

— Vocês têm a responsabilidade de nos cobrar e de nos ajudar a fazer as coisas que precisamos fazer. Porque quando enviamos um PL para o Congresso Nacional, não são esses deputados aqui que vão resolver. Eles já são votos garantidos. Precisamos de habilidade para conversar com aqueles que não gostamos e com aqueles que não gostam de nós para que possamos aprovar as coisas que queremos.

Lula, então, mencionou as eleições municipais, que serão realizadas em outubro deste ano, pedindo indiretamente a participação dos apoiadores para eleger candidatos favoráveis ao governo.

— Somos minoria no Congresso Nacional. Este ano haverá eleição para vereador e prefeito. Qual será o nosso papel nessas eleições? Será que os professores do país não têm condições de eleger um vereador em cada cidade? É importante considerar que tudo o que desejamos, tudo o que queremos, passa pela política.

Lula dedicou boa parte de seu discurso para criticar a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro, destacando o crescente avanço da extrema-direita mundial e acusando a gestão anterior de disseminar falsidades. Ele observou que parte da responsabilidade pela 'quantidade enorme de mentiras' contadas se deve ao fato de que a esquerda 'não conseguiu criar uma narrativa em oposição'.

— Contaram uma enorme quantidade de mentiras e muita gente neste país começou a acreditar, possivelmente porque não conseguimos criar uma narrativa oposta à quantidade de mentiras que eram espalhadas neste país

Lula afirmou ainda que a extrema-direita usa a 'boa fé religiosa das pessoas' para fazer política.

— [...] A extrema-direita tem crescido em várias partes do mundo, não apenas na América Latina, no Brasil, na Argentina, vemos seu crescimento na Holanda, na Espanha, em Portugal, nos Estados Unidos, na Hungria, na França, em vários outros países, uma extrema-direita irresponsável, que espalha mentiras o tempo todo, e que usa a fé religiosa de nosso povo, a espiritualidade sagrada de nossa gente para fazer política.

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