O partido de Bolsonaro, que passou os últimos dois meses ameaçando rejeitar Flavio Dino para o STF caso Lula o indicasse, se prepara agora para uma batalha dura com o governo. O plano principal é explorar o temperamento mais acalorado de Dino, provocando respostas que possam ser prejudiciais para ele na votação em plenário.
Para isso, planejam analisar minuciosamente sua gestão como governador do Maranhão e como ministro da Justiça em uma sabatina que promete ser longa e exaustiva, marcada para 13 de dezembro. Assuntos como o aumento da criminalidade no Maranhão durante a gestão de Dino (2015-2022) e a atual crise de segurança pública nacional, um dos pontos fracos da administração de Lula, serão amplamente explorados.
Outros momentos polêmicos da carreira de Dino também estarão na mira dos bolsonaristas, como o 'apagamento' das imagens do circuito interno do Ministério da Justiça em 8 de janeiro e a visita de Luciane Barbosa Farias, mais conhecida como a 'dama do tráfico' do Amazonas, à sede do ministério.
Dino terá que responder às perguntas dos senadores sobre temas controversos, como sua posição acerca da descriminalização do aborto e do porte de maconha para uso pessoal, ambos julgamentos pendentes de conclusão no STF. Mesmo se ele assumir a vaga de Rosa Weber, não poderá dar sua opinião sobre esses dois assuntos, porque ela já votou neles antes de se aposentar.
Contudo, os aliados de Bolsonaro acreditam que o debate sobre esses temas será eficaz para tirar Dino de sua zona de conforto e mobilizar a base de apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais. Já Dino precisa de pelo menos 41 votos no plenário para garantir sua vaga no STF - o mínimo necessário mesmo que alguns dos senadores não compareçam.
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