POLÍTICA

Casos de dengue, zika e chikungunya aumentam devido ao forte calor registrado em 2023

O calor seguido de chuva é o cenário perfeito para a proliferação de insetos, principalmente os mosquitos.

Casos de dengue, zika e chikungunya aumentam devido ao forte calor registrado em 2023

O forte calor deste ano está fazendo aumentar os casos de dengue, zika e chikungunya. Esse calor seguido de chuva é o cenário perfeito para a proliferação de insetos, principalmente os mosquitos.

A aposentada Valdelice dos Santos está com dengue e culpa o lixo nos terrenos baldios perto de casa.

“Dor nas pernas, dor de cabeça e muito cansaço. Até para colocar uma roupa para secar, para mim é cansativo. Meu filho também pegou dengue no mesmo dia que eu. Nós fomos na UPA e ele não foi atendido”, diz.

A vizinha dela, Maria das Dores dos Santos, conta que a família inteira pegou.

“Eu peguei dengue. Depois foi meu marido, depois meu filho, e minha vizinha também está com dengue. É ruim demais. Dói a cabeça, dói o corpo, dói tudo. Não tem ação para nada. Só deitada e gemendo”, afirma a faxineira.

Em uma rua de Vicente Pires, uma cidade do Distrito Federal, mais de 30 pessoas pegaram dengue só nas últimas duas semanas.

Só este ano, 1,6 milhão de casos da doença foram registrados no país. É a segunda pior marca desde o ano 2000, quando o Ministério da Saúde começou a fazer esse registro.

Terrenos sujos ajudam na proliferação do mosquito da dengue — Foto: TV Globo/Reprodução

Para evitar a dengue, é preciso estar atento aos arredores. O Aedes aegypti precisa de água para pôr seus ovos e se multiplicar. Por isso, tudo o que pode acumular água tem que ser eliminado: lixo, garrafas, pneus.

Mas a Fernanda afirma que muitos vizinhos simplesmente não se preocupam com esses cuidados.

“Não estão fazendo o seu e todo mundo está nem aí. Vou jogar o lixo na rua, o lixeiro que se vira pra pegar, fica lá, tudo esparramado. Não é assim”, diz.

Maria do Amparo conta que faz a parte dela, mas o filho mais novo está com dengue.

“Eu tiro aqui. Aqui na porta mesmo era cheio de lixo, já tirei. Tá limpo, mas e ao redor? Lá nos fundos?”, conta Maria do Amparo Pinto de Oliveira, diarista.

Segundo o Ministério da Saúde, mais de mil pessoas morreram por causa da dengue este ano (1.037), quase o mesmo número registrado em 2022 (1.053).

Os casos de zika também estão crescendo. Faltando um mês para acabar o ano, são 7 mil casos confirmados (7.019).

E os casos de chikungunya estão cada vez mais frequentes: mais de 141 mil registrados desde janeiro (141.685). Nos últimos quatro anos, os números vêm aumentando.

O Ministério da Saúde afirma que essas doenças chegaram mais cedo este ano, no Brasil e em outras regiões das Américas. E que é preciso reforçar o combate ao mosquito.

“Até mesmo por conta da desmobilização dos serviços de saúde, por conta da Covid-19, a gente está precisando reestruturar as equipes de combate às endemias para as ações em campo, pra que a gente possa melhorar as ações de combate ao vetor, voltar aos níveis de vigilância que tínhamos anteriormente”, afirma Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Em 2023, 1,6 milhão de casos da doença foram registrados no país — Foto: TV Globo/Reprodução

Deixe um Comentário!

Para comentar, faça Login, clicando aqui.