Historicamente, o Campeonato Brasileiro de 2009 vem sendo lembrado para ilustrar situações excepcionais, como partidas marcantes ou viradas surpreendentes. Porém, agora em 2023, a atual edição do torneio vem para redefinir o conceito de exceção.
O Palmeiras e o Flamengo, líder e vice-líder na tabela, conseguiram somente 63 pontos, sendo o menor resultado para líderes do campeonato desde 2010, considerando a pontuação após o término da 35ª rodada. Naquela época, apenas na edição de 2009, o primeiro colocado tinha menos de 63 pontos: o São Paulo com 62 pontos, e o Flamengo, que se tornou o campeão do campeonato, com 60.
Este fato por si só desafia os padrões do torneio, que vem sofrendo com o aumento da pontuação do campeão e a diminuição na pontuação dos rebaixados. O torneio de 2020 foi uma exceção, principalmente pelas consequências da pandemia, que incluíram os estádios vazios. Agora, na edição atual, vemos um cenário muito diferente.
No total, os três primeiros colocados acumulam 188 pontos, o menor número nas últimas 12 edições. E os 41 pontos do 17º colocado também batem um recorde na era dos pontos corridos, sendo o maior número já alcançado, se igualando com o campeonato de 2007.
Uma interpretação do que vem acontecendo é que a desigualdade econômica continua a influenciar o futebol brasileiro, com uma elite financeira consolidada. Entretanto, a tabela não está se desenrolando exatamente como esperado. Clubes mais poderosos como o Atlético-MG, Palmeiras e Flamengo não têm sido capazes de converter seu dinheiro em desempenho em campo.
Este campeonato também demonstra a crescente competitividade do futebol brasileiro, com clubes que estavam em crise ganhando mais investimento e crescendo na tabela. Contudo, o campeão desta edição provavelmente não será lembrado por ter tido uma temporada brilhante, mas sim pela série de exceções e desafios que apresentou.
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