O presidente Lula confirmou nesta segunda-feira (27) a indicação de Flávio Dino, seu ministro da Justiça, para assumir a vaga deixada por Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). Dino tem um longo histórico de atuação nos três poderes da República e, para ser aprovado, terá de enfrentar uma sabatina no Senado, em um contexto de oposição antagônica devido às suas recentes confrontações políticas.
Flávio Dino, que nasceu em São Luís (MA), é um dos antigos apoiadores do presidente Lula, tendo participado de sua campanha presidencial em 1989. Naquela época, ele era presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde posteriormente se graduou em Direito. Ele também fez mestrado e se tornou professor titular na instituição em 1994.
No mesmo ano, Dino foi empossado como juiz federal, posição que ocupou até 2006. Durante sua carreira jurídica, foi presidente da Associação Nacional de Juízes Federais (Anajufe) e Secretário-Geral do Conselho Nacional de Justiça. Entretanto, após 12 anos como juiz, decidiu partir para a política e foi eleito deputado federal pelo PCdoB. Neste cargo, conseguiu aprovar três projetos de lei para introduzir novos conceitos e práticas no Direito processual.
Dino fez sua primeira tentativa de aventura no Executivo em 2008, quando concorreu à prefeitura de São Luís. Ele não obteve sucesso nessa tentativa e na tentativa subsequente em 2010 para o governo do Maranhão. Em 2011, foi indicado pela então presidente Dilma Rousseff para presidir a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).
Ele voltou à disputa eleitoral em 2014 e, desta vez, venceu a eleição para o governo do Maranhão no primeiro turno. Esta vitória teve um impacto significativo, pois notabilizou-se como a primeira vez que o PCdoB elegeu um governador e também marcou o declínio do bloco aliado ao ex-senador e ex-presidente José Sarney.
Em 2022, a trajetória de Dino na política nacional culminou em sua eleição para o Senado pelo PSB. No entanto, mal teve tempo de assumir como senador, pois logo foi nomeado ministro da Justiça pelo presidente Lula. Em seu papel como ministro, ganhou notoriedade por suas posições contra o armamento civil, o que o levou a um confronto direto com os parlamentares bolsonaristas do Congresso Nacional.
O desafio de Dino não acaba por aí. Sua sabatina para ocupar a vaga no STF irá exigir que ele balanceie seu apoio ao governo e a polarização em torno de seu nome para garantir o voto da maioria dos senadores.
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