A Polícia Federal vê com bons olhos a provável assunção de Paulo Gonet ao posto de chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR). A indicação feita por Lula, espera-se, não sofrerá empecilhos na sabatina do Senado.
Um aspecto que leva a crer em uma mudança positiva com a chegada de Gonet é a diferença de postura em relação ao antecessor, Augusto Aras. Membros da cúpula da PF alegam que, sob a gestão de Aras, era quase certo que denúncias contra Bolsonaro não avançariam na PGR. Com Gonet, percebe-se uma abertura para tal.
Adicionalmente, um fator importante para a confiança da PF em Gonet é seu apoio político proveniente do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Os investigadores da PF duvidam que Moraes apoiaria alguém com uma postura de tolher acusações contra o ex-presidente.
Está nos planos da PF concluir, até o final do ano, um novo relatório com progressos das investigações envolvendo Bolsonaro, focalizando o suposto plano de golpe de Estado. Este documento será enviado à PGR, que decidirá ou não pela denúncia do ex-presidente.
A delação premiada do ex-assistente da Presidência, Mauro Cid será outro ponto que caberá a Gonet lidar durante seu mandato na PGR. O acordo, que foi assinado com a PF em setembro, foi aprovado pelo ministro Alexandre de Moraes.
A indicação de Gonet para a PGR começa a tomar forma real após sua confirmação e a formação de sua equipe de trabalho.
Gonet já se posicionou, em seu papel de vice-procurador-geral eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela inelegibilidade de Bolsonaro por abuso de poder político, em 2022, por conta de uma reunião com embaixadores e pela utilização dos desfiles do Dia da Independência como palanque político.
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