BRASIL POLÍTICA

Pastores progressistas começam a ganhar influência digital entre o público evangélico

A proximidade do público evangélico com as pautas conservadoras continua garantindo a pastores alinhados a Jair Bolsonaro o predomínio nas redes sociais. No entanto, líderes religiosos afinados à esquerda começaram a ganhar espaços de maior relevância na disputa pelo “púlpito digital”. Pela primeira vez, três nomes autointitulados “progressistas” aparecem com mais seguidores e maior relevância digital.

Aproximadamente 11 meses após o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, pastores alinhados à esquerda estão se destacando nas redes sociais, ganhando espaço e influência entre o público evangélico. Segundo pesquisa realizada pela Quaest, três líderes religiosos considerados progressistas, com mais de um milhão de seguidores cada, se mostram relevantes digitalmente. O deputado federal Pastor Henrique Vieira é o líder dessa vertente, viralizando suas falas sobre a comunidade evangélica.

Por outro lado, os pastores que apoiam Bolsonaro continuam mobilizando a maior parte do segmento evangélico nas redes sociais. Silas Malafaia e o Bispo Edir Macedo são alguns dos nomes conhecidos desse grupo. O pastor Malafaia destaca que migrou para as redes sociais como forma de combater a perda de audiência da televisão.

Embora a maior projeção dos pastores de esquerda não tenha relação direta com o governo de Lula, que não realizou acenos concretos ao segmento, existe uma articulação política entre eles desde antes do presidente Bolsonaro assumir o poder, visando uma maior influência. No entanto, a projeção dos pastores progressistas nas redes sociais não é uma novidade, pois no governo Lula também havia líderes religiosos apoiando o governo, como Edir Macedo e bispo Rodrigues.

Apesar disso, é importante ressaltar que a pesquisa realizada não demonstra fatos novos e, sim, uma tendência de maior visibilidade desses líderes religiosos nas redes sociais. A estratégia deles consiste em mostrar a “ridiculez” de posicionamentos conservadores, de forma a fazer com que seus seguidores repensem essas ideias.

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