A PGR (Procuradoria-Geral da República) está avaliando acusações enviadas contra o deputado André Janones (Avante-MG), que é suspeito por funcionários de operar um esquema de 'rachadinha' em seu escritório a partir de 2019, quando assumiu o primeiro mandato na Câmara dos Deputados.
Uma gravação de 2019 atribuída ao deputado o mostra solicitando uma parte dos salários dos funcionários. Esta gravação foi divulgada na segunda-feira (27) pelo portal de notícias Metrópoles.
As acusações foram apresentadas à PGR por adversários políticos de Janones no Congresso Nacional e entregues ao departamento criminal de Elizeta Ramos, procuradora-geral da República interina.
Janones, através de suas redes sociais e entrevistas concedidas na segunda e terça-feira, negou a prática de 'rachadinha' e alega ter solicitado ajuda financeira a amigos para liquidar dívidas de campanha eleitoral de 2016. Além disso, sustentou que não considera seu comportamento ilegal e afirmou que, devido a orientação jurídica, a devolução de parte dos salários de seus funcionários nunca aconteceu.
Caso a PGR encontre indícios de irregularidades durante a análise preliminar das representações, solicitará a abertura de um inquérito ao STF (Supremo Tribunal Federal). Acusações contra Janones já tramitam no tribunal desde maio, sob a supervisão do ministro Luiz Fux.
Uma dessas acusações é assinada pelo ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR), que teve seu mandato cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em maio. Deltan, que coordenou a Operação Lava Jato em Curitiba, defende a abertura de uma investigação para averiguar possíveis crimes de peculato, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, organização criminosa e caixa 2 nas eleições.
No áudio que incrimina Janones, o deputado diz que usaria o dinheiro recolhido para saldar dívidas de sua campanha de 2016 à prefeitura de Ituiutaba (MG). Relatos sugerem que a gravação foi feita por um ex-assessor em uma sala de reuniões da Câmara dos Deputados. Na gravação, Janones reitera que não está cometendo corrupção, argumentando que o dinheiro 'devolvido' seria usado para fins pessoais. Afirma que perdeu bens como uma casa, um carro e economias na corrida eleitoral e que não se 'entristeceria um milímetro'com a perda do mandato por conta de alguma denúncia.
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