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Visita de Lula à Arábia Saudita rende questionamentos antes da COP

A nação saudita tem investido o dinheiro do petróleo na busca por limpar sua imagem e minimizar os estragos da indústria petrolífera

O ex-presidente brasileiro, Lula, se encontra na capital da Arábia Saudita, Riad, para uma reunião de negócios com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman. A visita faz parte de uma escala antes de sua chegada a Dubai para a COP28 e traz consigo questões tanto geopolíticas quanto ambientais. Embora Lula esteja demonstrando pragmatismo em sua viagem, a parada na Arábia Saudita gera incoerências à luz da reunião sobre o clima promovida pela ONU.

Nessas circunstâncias, a viagem de Lula realizada justamente visitando um país que lidera a emissão de gases de efeito estufa e é considerado o rei da indústria petrolífera, tem como objetivo negociar e buscar investimentos. Após a visita à Arábia Saudita, Lula seguirá para a COP que neste ano acontece nos Emirados Árabes, país onde a economia fortemente depende do petróleo.

Ambos os países têm feito grandes aportes financeiros para tentar amenizar os danos causados pela indústria do petróleo. A Arábia Saudita, por exemplo, tem investido uma fatia considerável das receitas do petróleo em fontes de energia renováveis, como solar e eólica. Com isso, a produção de petróleo no país tem sido parcialmente descarbonizada graças a esses investimentos.

Porém, é crucial lembrar que a Arábia Saudita é uma ditadura, governada pela mesma família Saud desde sua fundação na década de 1930 por Abd al-Aziz Al Saud, que unificou os grupos nômades do deserto casando-se com uma filha de cada família. Desde então, a tirania se mantém, em especial com relação às mulheres. Mesmo que pouco se fale sobre isso, essa realidade se mantém devido à aliança saudita com várias nações em todo o mundo.

Além da Arábia Saudita, Lula também visitará o Qatar antes de chegar a Dubai para a reunião da COP 28, onde trará boas notícias a serem anunciadas. Essa viagem transitando entre nações petrolíferas nos leva à reflexão sobre como o mundo precisa discutir e pensar maneiras de se libertar dos combustíveis fósseis, enquanto ainda houver tempo para reverter as mudanças climáticas.

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