A X, empresa de mídia social de propriedade do magnata Elon Musk, está enfrentando a possibilidade de uma fuga ainda maior de anunciantes, de acordo com informações da Reuters. Os especialistas do setor não preveem uma solução para este problema no curto prazo, sobretudo depois que Musk atacou duramente algumas marcas de renome que abandonaram a plataforma. Recentemente, a Walt Disney e a Warner Bros. Discovery retiraram seus anúncios da X, devido ao apoio de Musk a uma publicação que falsamente acusava indivíduos da comunidade judaica de incitar ódio racial.
Musk, em um pedido de desculpas durante um evento do New York Times DealBook, voltou a atacar os anunciantes que abandonaram a X, usando palavras fortes e acusando-os de praticar 'chantagem'. Ele pareceu direcionar suas críticas especificamente para Bob Iger, CEO da Walt Disney, que comentou anteriormente no evento que a associação com a X 'não era positiva' para a empresa.
Lou Paskalis, da consultoria de marketing AJL Advisory, declarou: 'Algo importante a considerar é que essas empresas não estão conspirando para apoiar uma agenda secreta. Eles estão tomando decisões independentes com base em seus próprios interesses'. Linda Yaccarino, a CEO da X, em um memorando para os funcionários, descreveu a entrevista concedida por Musk como 'sincera e profunda', incentivando a equipe a assisti-la. Ela assegurou que a missão da X é ser uma plataforma aberta e sem censura, alegando que 'nossos princípios não têm preço, nem serão comprometidos - nunca'.
Musk, CEO da Tesla, admitiu que a X pode ir à falência se o boicote dos anunciantes se prolongar, mas sugeriu que o público culparia as marcas, e não ele, por um possível colapso. Entretanto, Jasmine Enberg, analista da Insider Intelligence, contrapôs essa análise, afirmando que 'se a X está em perigo, é por causa das ações de Elon Musk - não das marcas anunciantes'.
A X pode perder não apenas os anunciantes corporativos, mas também os investimentos dos candidatos políticos, uma fonte de receita que foi reaberta após a plataforma suspender a proibição dos anúncios políticos. Deve-se notar que a quantia gasta em anúncios políticos nos EUA em 2024, ano de eleições presidenciais, deverá chegar a um recorde de US$ 10,2 bilhões, de acordo com a AdImpact.
Mike Nellis, CEO da Authentic, agência de marketing digital que trabalha com candidatos ao Partido Democrata, anunciou que planeja discutir com seus clientes sobre a viabilidade de continuar investindo na X. Nellis advertiu que a postura de Musk já pode ter selado o destino de sua empresa: 'Insultar grandes anunciantes e Bob Iger pode ser a gota d'água'.
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