O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, anunciou na quarta-feira (6) que um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) pode ser assinado “muito em breve”. A declaração foi feita na 63ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum, realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
Vieira enfatizou a importância de adaptar as economias locais ao novo contexto imposto pelo acordo e salientou que a abertura comercial proporcionada pela aliança Mercosul-UE foi planejada para dar tempo suficiente para as partes se prepararem. O chanceler acredita que o acordo fortalecerá a identidade do Mercosul como player econômico global, impulsionando as exportações e a aquisição de tecnologias para aprimorar a competitividade.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, destacou que houve progressos significativos nas negociações entre o Mercosul e a UE. Alckmin defendeu a integração comercial entre os países do bloco, comparando-a com a UE, onde 60% das transações internacionais ocorrem entre os países membros, enquanto no Mercosul o número é de apenas 10%.
Essas declarações ocorrem após 20 anos de negociações, que foram intensificadas recentemente. O presidente francês Emmanuel Macron, no entanto, expressou sua oposição ao acordo durante a 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças do Clima (COP28), em Dubai. Por outro lado, o presidente brasileiro Lula afirmou dias depois que tinha esperança na conclusão do acordo.
Outra expectativa em relação à reunião do Mercosul é a posição da Argentina no bloco. O presidente eleito Javier Milei, que assumirá o cargo no domingo (10), defendeu durante a campanha a saída da Argentina do bloco, mas recuou e agora defende apenas mudanças.
Além disso, durante a reunião do Mercosul, um acordo entre o bloco e Singapura será assinado. Este será o primeiro tratado de livre comércio do Mercosul em mais de dez anos, conforme destacou Geraldo Alckmin.
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