Numa contagem regressiva de 7 dias para concluir seu mandato, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, colocou em dúvida a taxa de pobreza do país, que é medido pelo INDEC (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina), um orgão comparável ao IBGE no Brasil.
No primeiro semestre de 2023, a pobreza atingiu 40,1% da população argentina. A respeito desse número, Fernández comentou: 'Se fosse 40%, a Argentina estaria explodindo'. Essas considerações foram feitas durante uma entrevista para a agência Noticias Argentinas.
Além da pobreza, a Argentina sofre com outros indicadores econômicos desfavoráveis. A inflação anual alcançou 142,7% em outubro, um recorde nos últimos 32 anos. Por consequência, as taxas de juros, usualmente usadas para combater a inflação, também observaram um acréscimo. O Banco central da Argentina aumentou a taxa básica de juros, a Leliq, para 133% ao ano em outubro.
O atual presidente admite que seu governo não conseguiu atender as expectativas do povo. 'Se tivéssemos conseguido, o resultado eleitoral teria sido diferente', afirmou Fernández questinando o resultado das eleições que elegeram o ultraliberal e libertário, Javier Milei.
Javier Milei, que toma posse em 10 de dezembro, é conhecido por adotar uma linha política oposta ao atual governo, considerado desenvolvimentista (que promove ações governamentais para o desenvolvimento social e econômico).
Fernández confirma sua presença na posse de Milei em Buenos Aires e reafirma seu compromisso com a democracia. 'Não se é democrata de acordo com os resultados das eleições; você simplesmente é democrata e respeita as instituições. Vou fazer isso porque é o correto', ressaltou.
Com relação a derrota do ministro da Economia, Sérgio Massa, nas eleições, o presidente comentou: 'Aprendemos com coisas que aconteceram no passado e não as repetimos, mas são aspectos que não são devidamente valorizados'.
Fernández deseja ser lembrado como um presidente que enfrentou adversidades globais durante seu mandato, como a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia. Agradeceu aos ministros que o apoiaram durante o mandato, e admitiu erros na gestão 'Certamente, podemos ter cometido erros, mas cometemos honestamente. Nunca erramos prejudicando os mais fracos e nossos erros nunca beneficiaram os mais poderosos, mas certamente os cometemos e por isso não nos acompanharam nas eleições', declarou.
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