A Amazon declarou na sexta-feira, 1º de abril, que assinou um contrato com a SpaceX, sua concorrente direta no setor de satélites de internet, para dar início a três lançamentos dos seus satélites Kuiper. A SpaceX saiu vitoriosa com o contrato, comprovando assim o valor indispensável do seu foguete Falcon 9 para a indústria espacial americana.
Essa aliança surge após a empresa ser acusada por um dos seus acionistas em um processo judicial, que alegou que a Amazon não estava fornecendo um contrato de lançamento à SpaceX por conta de uma rivalidade entre Jeff Bezos, fundador da Amazon, e Elon Musk, fundador da SpaceX.
Antes disso, a Amazon já tinha assinado contratos com outras três empresas de foguetes, incluindo a Blue Origin, companhia espacial pertencente a Bezos. No entanto, nenhum desses foguetes já havia sido lançado e, segundo a licença da Comissão Federal de Comunicações, a Amazon precisa colocar metade dos 3.236 satélites planejados para seu serviço em órbita até julho de 2026.
O serviço de internet por satélite Starlink, pertencente à SpaceX, é atualmente operacional e está em expansão rápida, com aproximadamente 5 mil satélites em órbita. A Amazon somente lançou seus dois primeiros satélites protótipos em outubro.
Os dois serviços têm como objetivo transmitir sinais de internet para estações terrestres localizadas em áreas remotas, que não possuem acesso confiável à banda larga. A Amazon indicou que os lançamentos na SpaceX serão realizados em 2025, elogiando o histórico comprovado do Falcon 9, que “completou mais de 270 lançamentos bem-sucedidos até o momento”.
A fim de competir com a SpaceX, a Amazon pretende investir US$ 10 bilhões no projeto Kuiper e anunciou planos de lançar seus satélites utilizando os foguetes New Glenn da Blue Origin, Vulcan da United Launch Alliance e Ariane 6 da Arianespace.
Porém, esses contratos de lançamento resultaram em um processo judicial, iniciado em agosto por um acionista da Amazon. O acionista argumentou que a empresa havia violado seu dever fiduciário por não considerar a SpaceX, um dos fornecedores de lançamento mais acessíveis e confiáveis do mundo.
Na acusação, a rivalidade entre Bezos e Musk é apontada como o motivo da recusa em fornecer o contrato de lançamento à SpaceX. Dave Limp, que foi vice-presidente sênior de dispositivos e serviços da Amazon, afirmou em entrevista no último ano que a Amazon estava “aberta a conversar com a SpaceX” e reconheceu a competência do Falcon 9, contudo fez menção à possibilidade de utilizar o Falcon Heavy ou o Starship, ambos com maior capacidade de carga.
Limp assumirá como CEO da Blue Origin na segunda-feira. A Amazon comemorou o lançamento bem-sucedido dos seus dois protótipos, no entanto, reconheceu que ainda tem um longo caminho a percorrer. “Kuiper era uma ideia em um pedaço de papel alguns anos atrás, e tudo o que aprendemos até agora com nossa missão de protótipo valida nossa visão e arquitetura originais”, declarou Rajeev Badyal, vice-presidente de tecnologia do Projeto Kuiper. “Ainda temos muito trabalho pela frente, e a escalabilidade para a produção em massa não será fácil./Washington Post
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