Após a decisão da petrolífera britânica BP de suspender o tráfego de seus petroleiros no Mar Vermelho devido à intensificação dos ataques de milícias houthis no Iêmen, a cotação do petróleo registrou alta nesta segunda-feira. Esta situação ilustra o impacto que os conflitos na região podem ter sobre o comércio de petróleo mundial.
Por volta das 10h20, o barril de petróleo Brent, utilizado como referencial no mercado mundial, teve aumento de 1.5%, sendo negociado a US$ 78,06. Enquanto isso, o barril de WTI, amplamente usado nos Estados Unidos, teve alta de 1,4%, negociado a US$ 72,83.
O comunicado da BP esclareceu que a suspensão é uma medida preventiva e está em constante revisão, levando em conta o desenvolvimento da situação na região. Além disso, foi ressaltado que a segurança da tripulação é a principal preocupação da empresa.
Esta decisão da BP gerou impactos no mercado energético como um todo. De acordo com informações da CNN, os preços futuros do contrato de referência de gás natural da Europa saltaram 5,5% naquela manhã, sendo negociados a € 35 (US$ 38,20) por megawatt-hora. Entretanto, este valor ainda está significativamente abaixo do recorde histórico de € 320 (US$ 349,24) por megawatt-hora registrado em Agosto de 2022, no auge da crise energética do continente.
Grandes empresas de transporte de contêineres, incluindo MSC, Maersk, CMA-CGM e Hapag-Lloyd, também decidiram não passar pelo Canal de Suez, importante via comercial que liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, por conta dos problemas de segurança. Especialistas indicam que essas interrupções poderão causar transtornos nas cadeias de suprimentos e resultar no aumento dos custos de frete.
Lars Barstad, diretor executivo do braço de gestão da Frontline Plc, uma das maiores proprietárias de navios-tanque do mundo, em entrevista à Bloomberg TV, ressaltou a gravidade da situação, afirmando que 'a escalada tem ido além do que já vimos em qualquer outro momento'. Barstad acredita que seja apenas uma questão de tempo até que um navio sem relação com Israel ou o conflito seja atacado.
Apesar disso, o petróleo caiu mais de 20% em relação à alta de setembro e está 10% abaixo no ano, reflexo do aumento da oferta de xisto nos Estados Unidos e do ceticismo sobre os cortes de produção prometidos pela Opep+, grupo que reúne os maiores exportadores de petróleo e aliados. O Federal Reserve, o banco central americano, também influenciou a oscilação dos preços nos últimos dias, com as autoridades recentemente se distanciando das apostas de cortes agressivos no próximo ano.
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