Recentemente, Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo estão na Argentina, marcando presença na posse de Javier Milei, após informar à Justiça brasileira sobre sua viagem ao exterior. Neste período, Bolsonaro teve tempo de sobra para fazer declarações absurdas e disseminar teorias conspiratórias em várias entrevistas.
Em uma dessas entrevistas, realizada em uma rádio na capital argentina, os Bolsonaros expuseram seu preconceito e grande desconhecimento sobre o Nordeste do Brasil. Bolsonaro fez alegações absurdas, como sugerir que os nordestinos estão se mudando para São Paulo devido à influência da esquerda em seus lares de origem.
Ele justificou seu disparate dizendo que São Paulo, cidade localizada no Sudeste brasileiro, tem a maior concentração de nordestinos, um fenômeno que ele atribui a “má gestão” de governos de esquerda no Nordeste ao longo dos últimos 20 anos.
“A cidade brasileira com maior número de nordestinos é São Paulo. Por que São Paulo tem tantos nordestinos? Porque eles fogem de seus estados que não oferecem perspectivas e onde a pobreza sempre está presente”, afirmou Bolsonaro.
Em seguida, ele acrescentou: “Nos últimos 20 anos, o PT tem governado aqueles estados no Nordeste. Deveriam ser a melhor região do país, mas não são. E quando se mudam para outros estados, continuam votando no PT”.
Bolsonaro claramente não entende a história recente do Brasil. A migração nordestina para o Sudeste começou muito antes dos últimos 20 anos e foram motivados por diversos fatores. Principalmente, a industrialização de São Paulo na década de 1930, que atraiu grande número de trabalhadores ao longo do século passado, junto com os problemas históricos do Nordeste, como a seca e a fome.
Contrariamente às alegações de Bolsonaro, os governos de esquerda dos últimos 20 anos foram responsáveis por reduzir a fome e a insegurança alimentar na região Nordeste. Além disso, fizeram a transposição do rio São Francisco, uma obra fundamental para combater as secas.
Bolsonaro revelou sua verdadeira visão sobre a esquerda quando afirmou que os opositores são, na verdade, “inimigos”. Uma pura e inaceitável manifestação de proselitismo de extrema-direita.
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