ECONOMIA

Campos Neto nega alterações nos juros do rotativo e parcelado sem juros do cartão de crédito

A presidente do Banco Central, Campos Neto, assegura que não há planos imediatos para mudanças que impactem a capacidade de compra do cidadão brasileiro. Entretanto, não exclui a possibilidade de debates futuros.

Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, afirmou em uma recente transmissão ao vivo que não há planos de fazer mudanças significativas que possam afetar a capacidade de compra do povo brasileiro. A discussão ocorre em meio as conversas sobre os juros rotativos do cartão de crédito e o possível rearranjo dos parcelamentos de compras sem juros. Campos Neto enfatizou a necessidade de manter uma visão de longo prazo nestas questões.

Campos Neto foi citado: 'Nunca se pretendeu ou pretenderá fazer qualquer alteração que possa impactar a capacidade de compra das pessoas. Porém, é crucial que tenhamos uma visão de longo prazo. Tememos que medidas tomadas no curto prazo possam inibir um crescimento de crédito sustentável em longo prazo.'

No entanto, ele destacou a complexidade do desafio referente aos juros do rotativo e o parcelamento a prazo, enfatizando a necessidade de um amplo debate com todas as partes envolvidas. Ele identificou algumas distorções no mercado, especificamente com o parcelamento sem juros, resultando em altas taxas de inadimplência no mercado de cartões e taxas elevadas para os juros rotativos.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Campos Neto apontou um grande aumento nas compras parceladas sem juros, que representam cerca de 15% do crédito no país. Isso contrasta com o crescimento do Crédito Direto ao Consumidor (CDC). No entanto, a Associação Brasileira de Internet (Abranet) considera que o número é de apenas 5%.

As conversas sobre a possível limitação do parcelamento sem juros têm sido o foco das negociações para reduzir as altas taxas do rotativo dos cartões de crédito. Os bancos defendem a limitação do número de parcelas sem juros, enquanto empresas independentes de máquinas de cartão argumentam que o parcelamento não é a causa das taxas elevadas.

Esta iniciativa é uma resposta ao aumento da taxa de juros rotativo, que atingiu 441,1% ao ano, tornando-se a linha de crédito mais cara do mercado, de acordo com dados do Banco Central divulgados em setembro.

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