A milícia liderada por Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, montou uma espécie de departamento para coagir e extorquir comerciantes e empresários. Investigadores da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) descobriram que o esquema contava até mesmo com um 'CEO das Cobranças', encarregado de coordenar a arrecadação e a violência empregada contra os alvos na Zona Oeste da cidade.
Jonathas Rodrigues Medeiros, de 29 anos, mais conhecido como Pardal ou Pássaro, foi identificado como o principal responsável por esse setor. As autoridades tentaram prendê-lo durante a Operação Dinastia 2, deflagrada na terça-feira (19), mas ele não foi encontrado e, atualmente, está foragido.
Segundo o Gaeco/MPRJ, com base no material apreendido na primeira fase da Operação Dinastia, em agosto de 2022, foi possível identificar detalhes dos esforços da milícia para extorquir empresários da construção civil. As cobranças envolviam todos os aspectos do trabalho de construção, desde a topografia até a pintura, sob ameaça de paralisar as obras.
O esquema de cobrança da milícia contava ainda com cobradores que se responsabilizavam por fazer as extorsões e outros que geriam o dinheiro arrecadado. Os valores eram frequentemente transferidos por meio do PIX, uma maneira de dificultar o rastreamento das autoridades.
De acordo com o MPRJ, os extorsionários chamavam a propina de 'repasse de segurança'. Medeiros, o 'Pardal', é apontado como a peça-chave no processo de arrecadação e organização desse 'imposto', cuja cobrança envolvia o uso de violência e ameaças graves, inclusive com uso de armas de fogo.
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