BRASIL ECONOMIA

Cidades menores avançam no PIB enquanto São Paulo e Rio amargam perdas, revela IBGE

Cidades de médio porte, como Maricá e Niterói, vêm ganhando destaque na economia brasileira enquanto grandes capitais perdem espaço, segundo relatório recente do IBGE.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou em recente estudo sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios brasileiros, onde constatou-se notável mudança no cenário econômico. Cidades como Maricá, Saquarema e Niterói, todas localizadas no estado do Rio de Janeiro, mostraram crescimento significativo no período de 2020 a 2021, enquanto as grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, apresentaram queda na participação.

Maricá emergiu como a cidade que mais avançou, elevando sua participação no PIB de 0,47% para 0,95% entre 2020 e 2021, um acréscimo de 0,5 ponto percentual. Saquarema seguiu, ampliando a participação em 0,3 ponto percentual, subindo para 0,47%. Niterói também apresentou avanço na participação, indo de 0,54% para 0,74%.

Por outro lado, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre figuraram entre as cidades com as quedas mais acentuadas no PIB. A capital paulista, por exemplo, passou de 9,82% para 9,20% de participação, enquanto o Rio de Janeiro diminuiu de 4,36% para 3,99%.

Os serviços foram atividade responsável pela baixa de participação das capitais citadas, com destaque para as atividades financeiras e de seguros em São Paulo e Porto Alegre. Brasília e Belo Horizonte sofreram com a queda no serviço da administração pública e, no Rio, as atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e de serviços relacionados foram os vilões.

Um ponto de destaque no relatório do IBGE foi a entrada de Maricá na lista das 25 cidades com maior participação no PIB. Segundo Luiz Antonio de Sá, analista de Contas Regionais do IBGE, o bom desempenho de Maricá é devido à extração de petróleo e gás na região.

O levantamento também revelou uma tendência de descentralização econômica no país. As capitais vêm gradativamente perdendo participação no PIB nacional ao longo dos anos, enquanto os municípios médios ganham espaço. Em 2002, as capitais representavam 36% do PIB brasileiro, enquanto os municípios não capitais tinham participação de 63,9%. Em 2021, as capitais registraram a menor participação na série história, com 27,6%.

As grandes concentrações urbanas também apresentaram declínio no poder econômico. Dentre as 185 concentrações urbanas no país em 2021, 132 perderam e 53 aumentaram a participação no PIB. As duas maiores concentrações urbanas do Brasil – a grande São Paulo e Rio de Janeiro – passaram de 23,6% para 23,2% da participação no PIB em 2021.

Apesar de tudo, a cidade-região de São Paulo ainda concentra a maior parcela do PIB nacional, com 22,6%. A Amazônia Legal tem 10,1% e o Semiárido fica com 6,2% da fatia.

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