Na quarta-feira (29), o PL solicitou a cassação de André Janones (Avante-MG) devido a suspeitas de que o deputado federal estivesse envolvido em um esquema de 'rachadinha' em seu gabinete. O PL é caracterizado por ter Jair Bolsonaro como sua principal figura, um sobrenome associado a escândalos de 'rachadinha'.
A Folha buscou entender por que os apoiadores de Bolsonaro têm demonstrado uma abordagem bifurcada para as situações muito semelhantes, ou seja, a suspeita de que os parlamentares estejam pegando parte dos salários de seus assessores.
A explicação dada por todos eles compartilha algumas falsidades e imprecisões. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra de Bolsonaro, resume essa posição. Ela defende que, de acordo com princípios cristãos, quem rouba dinheiro de trabalhadores e famílias irá para o inferno, referindo-se a Janones.
Quando perguntada sobre os Bolsonaros, por outro lado, Damares alega que eles foram investigados, havendo processos e investigações contra Flávio Bolsonaro, mas sem qualquer evidência que permitisse sua condenação pelo Ministério Público.
Ao contrário da situação de Flávio Bolsonaro, não há decisão judicial contra Janones no caso 'rachadinha', mas uma investigação está em andamento. Os ex-assessores que o acusam não apresentaram publicamente provas de que o deputado estabeleceu o suposto esquema, algo que ele nega.
As acusações contra a família Bolsonaro de manter funcionários fantasmas e esquemas de 'rachadinha' foram anuladas por uma questão processual, e não por méritos. Durante as investigações, no entanto, várias provas foram coletadas que reforçaram a suspeita de 'rachadinha' no gabinete de Flávio, e esses indícios também se estendem a Jair e Carlos Bolsonaro.
Os Bolsonaros sempre negaram as alegações, porém raramente rebateram diretamente as evidências dos supostos esquemas e sempre tentaram barrar as investigações.
Em relação a Janones, os apoiadores de Bolsonaro acreditam que as evidências são claras. Janones, que era parte integrante da campanha de Lula (PT) nas redes sociais em 2022, foi a público depois que o site Metrópoles revelou um áudio de 2019 em que ele informava aos assessores que eles teriam que devolver parte de seus salários para que ele pudesse reconstituir seu patrimônio.
Janones, no entanto, argumenta que seu pedido em uma reunião não era ilegal e que nada foi implementado posteriormente.
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