O médico João Batista do Couto Neto foi preso enquanto estava de plantão em um hospital de Caçapava, no interior de São Paulo. O médico é investigado por estar possivelmente associado às mortes de 42 pacientes e às lesões de outros 114.
Ex-pacientes e ex-colegas de Couto alegaram que o médico chegava a realizar quase 30 cirurgias por turno de trabalho, além de realizar procedimentos desnecessários e fornecer diagnósticos falsos de câncer.
No final de novembro, Couto foi indiciado por homicídio doloso em três inquéritos, o que levou à decretação de sua prisão preventiva. Segundo a 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, ainda há 39 investigações de homicídio e 114 de lesão corporal envolvendo o cirurgião.
O advogado de Couto, Brunno de Lia Pires, declarou que considera a prisão de seu cliente 'absurda e imotivada' e que irá solicitar um habeas corpus.
Um dos pacientes de Couto, que preferiu permanecer anônimo, relatou que um desconforto leve no umbigo o levou a procurar o consultório de Couto em Novo Hamburgo. Além do tratamento de uma hérnia umbilical, Couto também retirou uma pedra da vesícula do paciente. O homem foi liberado no mesmo dia, mas passou por uma recuperação extremamente dolorosa. Mais tarde, ele retornou ao hospital para uma nova cirurgia e mudou tanto de médico quanto de hospital.
De acordo com Tarcísio Kaltbach, os indiciamentos são decorrentes de apurações envolvendo a morte de dois homens e uma mulher. Kaltbach também mencionou que 39 investigações de homicídio e 114 de lesão corporal envolvendo o cirurgião ainda estão em andamento.
Desde outubro de 2022, não existe medida cautelar impedindo que Couto realize cirurgias e intervenções invasivas. Embora não haja restrições, o médico optou por não realizar cirurgias por ora, segundo seu advogado.
João Couto é esperado para comparecer em uma audiência de custódia em São Paulo, de acordo com o delegado Tarcísio Kaltbach. Novos inquéritos contra Couto estão pendentes de laudos a serem enviados pelo Departamento Médico Legal de Porto Alegre.
A defesa de Couto manifestou surpresa em relação à decisão de prisão preventiva e planeja solicitar um habeas corpus em breve. A defesa alega que a prisão de Couto é 'absurda e imotivada'.
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