O Ministério da Saúde inicia consulta pública nesta quinta-feira (7) para debater sobre a incorporação da vacina contra a dengue, conhecida como Qdenga, ao Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, a vacina está sendo avaliada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
Segundo informações do Ministério da Saúde, após a reunião realizada na quarta-feira (6), baseando-se no cenário epidemiológico, a comissão recomendou a incorporação da vacina primeiramente em locais e para públicos específicos que serão decididos pelo Programa Nacional de Imunizações.
A decisão sobre os grupos e locais prioritários levará em conta as áreas de maior incidência e transmissão da dengue, assim como as faixas etárias mais susceptíveis ao agravamento da doença. Outro ponto a ser considerado é a capacidade de produção de doses pela fabricante.
A recomendação de incorporação da vacina pela Conitec depende de uma proposta de redução de preço pela fabricante. Atualmente, o valor da dose está em R$ 170, considerado alto pelo governo federal, sendo duas vezes maior que as vacinas mais caras já inclusas no programa.
A fabricante da Qdenga, a empresa japonesa Takeda Pharma, submeteu a avaliação da vacina. De acordo com dados avaliados pela comissão, a eficácia da vacina em reduzir a hospitalização é de 84% dos casos de dengue.
O Ministério da Saúde declarou que para propor uma estratégia nacional, questionou a empresa japonesa sobre a quantidade de doses que poderiam ser disponibilizadas para o SUS. Foi informado que o laboratório pode fornecer 8,5 milhões de doses no primeiro ano e um total acumulado de 50 milhões em cinco anos, o que restringe a quantidade de público atendido.
Todas as recomendações para inclusão de medicamentos e insumos realizadas pela Conitec são submetidas à consulta pública por um período de 20 dias. No entanto, nesse caso, em decorrência da projeção epidemiológica para o próximo verão e a possibilidade de aumento nos casos de dengue, a consulta ficará aberta por um prazo de 10 dias.
Após esse prazo, as sugestões serão organizadas e avaliadas pela comissão que emitirá uma recomendação final. No caso de a vacina Qdenga ser incorporada, ela deverá ser administrada em duas doses, com um intervalo de três meses entre cada aplicação.
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