O numero de indivíduos empregados com uma formação de nível superior aumentou em 15% nos anos de 2019 até 2022. Essa é a conclusão de uma análise executada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), baseada em dados contínuos da Pnad, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Contudo, segundo informações do próprio instituto, houve um avanço ainda maior no número de ocupações que não necessariamente requerem uma formação de nível superior. A análise completa pode ser acessada aqui (PDF – 334 kB).
Observou-se um aumento de 22% na quantidade de pessoas com formação superior trabalhando como vendedor ou balconista de lojas. Da mesma forma, houve um crescimento de 45% no número de indivíduos com ensino superior completo atuando como profissionais de enfermagem de nível médio.
De acordo com o Dieese, as profissões 'típicas' para alguém com diploma superior envolvem principalmente cargos de direção/gerência e profissionais de ciências e intelectuais. Quanto aos cargos 'não típicos', estes compreendem aqueles de nível médio, administrativos e abrangem trabalhadores do comércio, serviços e ocupações elementares.
'Por isso, podemos afirmar que quase metade do aumento no número de postos de trabalho para pessoas com diploma universitário ocorreu em atividades incompatíveis com sua formação,' declarou o departamento.
Dos trabalhadores de baixa renda com formação superior completa, 61% se encontravam em empregos não condizentes com sua formação. Em contrapartida, 71% das pessoas mais ricas atuavam em posições condizentes com o nivel de formação.
O relatório do Dieese afirma: 'A dificuldade da economia brasileira em fortalecer sistemas e cadeias produtivas restringe tremendamente a criação de empregos complexos, que demandam níveis de conhecimento e formação mais elevados.'
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