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Crime em SP: homicídios caem, mas sensação de insegurança aumenta com alta de furtos

Os registros de ocorrência até outubro mostram um crescimento de 7,8% nos furtos na metrópole comparado ao ano anterior, afetando bairros suburbanos e centrais com igual intensidade.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo contabilizou 409.385 crimes na capital paulistana de janeiro a outubro deste ano. Comparativamente a 2022, a taxa de homicídios diminuiu em 13,5%, latrocínios caíram em 36%, roubo de veículos em 6% e roubo a bancos em 3%. No entanto, a quantidade de furtos na cidade, que afeta diretamente a sensação de segurança da população, aumentou em 7,8%. Tabata Amaral (PSB), potencial candidata a prefeita, foi recentemente vítima de uma tentativa de furto no centro de São Paulo.

Um levantamento realizado com base nos registros de ocorrência na cidade mostra um aumento substancial desse tipo de crime em diversas regiões, tanto nos bairros periféricos quanto nos mais ricos e centrais. O maior aumento foi na Cidade Dutra, na Zona Sul, registrando um aumento de 96,7%. Em contrapartida, ocorreu uma redução principalmente em bairros pobres da Zona Leste, com quedas mais significativas em dois distritos policiais (DPs) de Itaquera, variando de 25,8% e 16%.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao avaliar seu primeiro ano no cargo, admitiu que a segurança pública precisa ser aprimorada. Ele revelou insatisfação com o estado atual da segurança e ressaltou a necessidade de tomar mais medidas nessa área. Ao mesmo tempo, ocorreu uma queda de 12,3% no número de furtos nos Jardins, um bairro de alto padrão situado entre Pinheiros e Itaim. A maior incidência de furto de celulares, no entanto, ocorreu na Avenida Paulista, apesar do reforço policial.

O especialista em segurança pública e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Guaracy Mingardi, ressaltou que a diminuição na taxa de latrocínio este ano está relacionada à diminuição nos roubos, o que está, por sua vez, ligada ao aumento nos casos de furtos. Mingardi também criticou a falta de medidas efetivas para combater furtos de celular.

De acordo com os dados coletados até outubro, o perfil dos crimes em São Paulo manteve-se inalterado em relação ao ano anterior, com sextas-feiras sendo o dia com maior número de registros e noites sendo o período mais perigoso do dia. As delegacias de Campos Elíseos, Capão Redondo e Sé foram as que mais registraram roubos neste ano.

A SSP observa a queda no número de roubos e homicídios na cidade e afirma que equipou a Polícia Militar com novos veículos, motos e um novo helicóptero Águia. Para lidar com os casos de furto, a SSP mencionou que a Polícia Civil busca classificar o crime de receptação como um crime organizado, aumentando assim a pena e prevenindo que o criminoso seja liberado em uma audiência de custódia e volte a cometer o crime.

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