O Supremo Tribunal Federal (STF) corroborou a decisão do juiz federal Eduardo Appio que indicou uma colaboração imprópria da juíza Gabriela Hardt com os procuradores envolvidos na Operação Lava Jato, de acordo com informações reveladas pela CNN Brasil nesta terça-feira (26). Hardt é conhecida por ser aliada de Sergio Moro, que atualmente atua como senador do União Brasil-PR e foi declarado suspeito pelo STF por sua atuação como juiz na mesma operação.
Os diálogos que levantaram suspeitas foram apresentados pela defesa de Márcio Pinto Magalhães, empresário e ex-representante da empresa Trafigura no Brasil. Ele foi preso durante uma das fases da Operação Lava Jato. Em meio ao processo, mensagens de texto obtidas pela Operação Spoofing incluíam conversas entre o então procurador Deltan Dallagnol e outros membros do Ministério Público Federal no período de 2015 a 2018.
Em uma dessas conversas, de 17 de dezembro de 2015, Dallagnol, então chefe da força-tarefa da Lava Jato, comenta com o procurador Diogo Castor de Mattos sobre a ausência da juíza Gabriela Hardt na 13a Vara Federal de Curitiba durante suas férias. Ele expressa preocupação sobre quem seria o substituto dela.
Conversas similares continuam ao longo de 2018, quando se discute uma eventual reunião pessoal com Hardt para tratar de 'decisões que continuavam pendentes' na Lava Jato, já que a operação passava por um período de 'menor prestígio'.
As acusações de conduta inadequada por parte de Moro e Dallagnol ganharam força a partir de 2019, quando os diálogos começaram a ser divulgados amplamente. As mensagens indicam que Moro interferia nas denúncias preparadas pelos procuradores, algo que contraria o devido processo legal por envolver o juiz diretamente na acusação.
Contudo, Dallagnol defende sua inocência e alerta para a possibilidade das mensagens terem sido manipuladas. Segundo ele, as conversas que manteve com outras autoridades foram todas de caráter republicano e a serviço do Ministério Público Federal.
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