Com a revelação de que ele foi aconselhado a não expor seu apoio à nomeação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Sergio Moro (União-PR) ainda teve que lidar com o descontentamento de Deltan Dallagnol (Novo-PR), com quem antes fazia parcerias durante a operação Lava Jato.
Dino foi submetido à votação dos senadores e foi aprovado como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), primeiro na Comissão de Constituição e Justiça, com 17 votos a favor e 10 contra, e então pelo plenário da casa legislativa, com 47 votos a favor e 31 contra.
Uma nova imagem de Wilton Junior, do jornal O Estado de S.Paulo, mostra que em uma conversa com seu suplente, o advogado Luis Felipe Cunha, Moro é informado de que Dallagnol está 'desesperado' com a aprovação que colocaria Dino no STF horas mais tarde.
'Deltan agitado. Ele me ligou, mandou mensagem e assim por diante. Só para você saber', escreveu o advogado, que recebeu R$ 1 milhão do União Brasil, depois que Moro se desligou do Podemos e ingressou no União Brasil. A troca de partido foi mediada por Cunha.
Moro responde em seguida, demonstrando estar ciente da agitação do ex-procurador e incerto sobre como proceder.
'Ele me mandou uma mensagem. Devo dizer algo? O que você acha?', pergunta Moro ao advogado.
Cunha responde desanimado, dizendo que 'pela estratégia descrita, aparentemente não há nada a ser dito'.
'Eu disse ao Deltan que [texto ocultado] sabe o que faz e que eu estarei [...] sempre ao seu lado, por lealdade e por saber que você é um homem íntegro', o suplente responde.
No Twitter, Dallagnol claramente expressou sua insatisfação ao implorar por uma votação aberta na confirmação de Dino, ignorando Moro e apenas cumprimentando o senador Eduardo Girão (Novo-CE), um dos bolsonaristas mais fervorosos que se opôs à confirmação.
'Deus tenha piedade do Brasil e daqueles que o STF vê como seus inimigos, como os acusados da lei 8/01 e a Lava Jato. Vamos precisar', prosseguiu.
Dallagnol também se manifestou novamente na rede na madrugada de quinta-feira (14) para expressar mais descontentamento, e aproveitou a ocasião para dar uma alfinetada em Sergio Moro, dizendo que 'se você permite que o sistema te controle com dinheiro ou ameaças, você se tornou o sistema'.
Flávio Dino foi submetido à votação dos senadores e sua indicação para o STF foi aprovada, primeiro na Comissão de Constituição e Justiça, com 17 votos a favor e 10 contra, e então pelo plenário da casa legislativa, com 47 votos a favor e 31 contra.
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