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Demissão de funcionários ligados ao caso de racismo contra Vilma Nascimento, ícone da Portela

Vilma Nascimento, emblemática porta-bandeira da Portela, de 85 anos, foi obrigada por um segurança a esvaziar sua bolsa após ser acusada erroneamente de furto em uma loja no Aeroporto de Brasília, em 21 de novembro.

No incidente de racismo que ocorreu no Aeroporto de Brasília e foi denunciado pela renomada porta-bandeira da Portela, Vilma Nascimento, os funcionários envolvidos foram demitidos pela Dufry Brasil. De acordo com a empresa, pertencente ao Grupo Avolta, que detém a concessão do varejo no terminal, a decisão foi tomada por 'quebra dos protocolos da empresa', conforme relatado pelo colunista Lauro Jardim. O episódio lamentável envolvendo a emblemática sambista de 85 anos ocorreu no dia 21 do mês passado, e só veio à tona nas redes sociais dois dias depois, quando foram divulgadas as imagens da abordagem pelos funcionários.

Vilma, que reside no Rio de Janeiro, foi a Brasília para receber uma homenagem no Congresso Nacional no dia 20. O incidente ocorreu no dia seguinte, enquanto ela aguardava seu voo no Aeroporto de Brasília, acompanhada por sua filha, Danielle Nascimento, que gravou a abordagem feita por funcionários à mãe.

Na sequência dos eventos, Vilma entrou numa loja para comprar um refrigerante. Ela olhou alguns perfumes, mas não comprou nada e saiu. Ao retornar para adquirir a bebida, foi interpelada por um segurança, que insistiu em verificar sua bolsa em um local reservado. Danielle começou a filmar o ocorrido neste momento.

A Dufry Brasil, após uma 'averiguação interna' sobre o incidente, confirmou que 'não houve furto na loja relacionado a este evento' e que os funcionários envolvidos não fazem mais parte do quadro da empresa. Além disso, a diretora da Dufry se encontrou pessoalmente com Vilma e Danielle para pedir desculpas pelo constrangimento a que foram submetidas na loja da empresa.

Um inquérito foi instaurado pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Discriminação Racial (Decrin) da Polícia Civil do Distrito Federal para investigar a denúncia da porta-bandeira. Confirmado o crime, o autor poderá ser enquadrado no Artigo 20 da Lei nº 7.716/1989, que trata de 'praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional', com pena de reclusão de um a três anos e multa.

Vilma, conhecida como Cisne da Passarela, foi a maior porta-bandeira da história da Portela, estreando na escola com apenas 13 anos. No Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, ela recebeu uma homenagem na Câmara dos Deputados, ocasião em que inaugurou a exposição 'O pensamento negro no Brasil' que possui um painel dedicado a ela.

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