BOLSONARISMO CRIME ORGANIZADO POLÍTICA TRÁFICO

Diretor de jornal que publicou falsos elogios a Júlia Zanatta tem condenação por tráfico

A deputada federal bolsonarista teria desembolsado R$ 5 mil para o jornal catarinense divulgar uma matéria positiva sobre ela em meio ao desastre das chuvas no Estado

A deputada Júlia Zanatta (PL-SC), conhecida por ser uma forte apoiadora de Bolsonaro e de uma política armamentista, foi criticada pela sua inação diante das desastrosas inundações em Santa Catarina, que resultaram em 3 mortes e deixaram cerca de 5 mil desabrigados em novembro. Nesse contexto, a deputada comprou uma matéria laudativa, que não condizia com a verdade, do jornal Razão, de Tijucas (SC), uma das regiões mais afetadas, pela quantia de R$ 5 mil.

No entanto, é notório que um dos donos do jornal já foi condenado duas vezes por tráfico de drogas e porte de armas e já chegou a ser um fugitivo da Justiça. Lorran François Silva Barentin, diretor do Jornal Razão, foi condenado em dois processos, cujos números de referência são 5004984-13.2019.8.24.0072 e 0000644-48.2018.8.24.0072. Atualmente, ele está cumprindo suas penas em regime semiaberto, monitorado por uma tornozeleira eletrônica.

De acordo com registros da Receita Federal, o jornal Razão pertence à Araci Barentin, mãe de Lorran. Tentamos obter um comentário do jornal Razão, mas até o momento não recebemos resposta.

O jornal publicou o artigo pago em 11 de novembro, intitulado 'Deputada Júlia Zanatta traz alívio para empresários do Alto Vale'. A imagem do artigo é uma manipulação da deputada sobrevoando as áreas atingidas. No entanto, a matéria afirma que 'a Receita Federal anunciou a prorrogação do prazo de pagamento do Simples Nacional para empreendedores de quatro cidades do Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina'. Ou seja, a ação foi do governo Lula, subordinado à Receita Federal.

Nesse contexto, Julia Zanatta estava envolvida numa viagem aos Estados Unidos. A parlamentar aproveitou o recesso do Congresso e o feriado de 15 de novembro, que ocorreu em uma quarta-feira, para ir a Nova York com uma comitiva bolsonarista. Tal informação foi divulgada pela jornalista Amanda Miranda em uma postagem na Rede X.

Essa estratégia parece ser semelhante à adotada por Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, em relação a grandes jornais como a Folha, Estadão e O Globo. Nunes, que é apoiado por Bolsonaro para a reeleição no próximo ano, gastou R$ 81.687.915,96 em contratos publicitários intermediados pelas agências Mworks e Propeg de outubro do ano passado até o mesmo mês de 2023. Essas mesmas empresas intercedem em sua gestão com a Folha, Estadão, O Globo, rádios comerciais e jornais locais para a divulgação de conteúdos de propaganda.

É importante notar que as matérias publicadas por esses canais de comunicação não são verdadeiramente jornalísticas, mas divulgações positivas e elogiosas da atual gestão municipal de São Paulo, veiculadas como se fossem notícias e informações úteis ao público.

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