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‘Economia brasileira apresenta sinais prováveis de bom investimento’, afirma especialista do Bradesco

Com otimismo para 2024, Fernando Honorato acredita que é fundamental para o Brasil reduzir o déficit público logo.

O economista-chefe da Bradesco, Fernando Honorato, confirma que o Brasil está retornando à normalidade. Em um bate-papo com o GLOBO, ele expõe uma perspectiva mais otimista que o mercado financeiro a respeito da performance da economia brasileira em 2024. Honorato prevê um crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), o que está acima da média de 1,5% apurada pelo Boletim Focus, levantamento que compila projeções do Banco Central do Brasil com mais de cem instituições financeiras.

Honorato considera factível que a taxa Selic (atualmente em 11,75% ao ano) possa chegar a “8%” no final do ciclo de afrouxamento monetário, o que possibilitará ao país voltar a crescer de 80% a 90% da expansão econômica global, como ocorria antes da recessão de 2014-2016.

Ele acredita que esse cenário inclui queda da inflação e de juros, um contexto externo mais favorável, solidez das contas externas com aproximadamente R$ 100 bilhões de saldo comercial. Porém, destaca que a questão fiscal age como ponto negativo. Segundo Honorato, o Brasil, com dívida pública maior que a média dos países emergentes, precisa reduzir seu déficit nas contas públicas o quanto antes.

Segundo o economista a melhoria da economia brasileira é consequência das reformas dos últimos anos, a aprovação do arcabouço fiscal, a busca por elevação das receitas, uma melhor performance da economia, e a aprovação da Reforma Tributária.

Perguntado sobre sua previsão para o crescimento do PIB em 2024, ele afirma que apesar da desaceleração em países como China e Estados Unidos, acredita numa alta de 2% do PIB do Brasil, acima do consenso de mercado. Atribui este crescimento ao legado das reformas, como a da Previdência Social e a trabalhista, o marco do saneamento, a autonomia do Banco Central.

Quanto ao cenário fiscal em 2024, Honorato espera uma alta do gasto público de 3,5% acima da inflação, aumento do salário mínimo, retorno dos pisos constitucionais de saúde e educação. Segundo ele, qualquer iniciativa que vise reduzir esse déficit é bem-vinda, embora ele não aviste uma crise fiscal ou iminente.

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