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Em São Paulo, equilíbrio entre promessas bolsonaristas e acordos com Lula marcam gestão de Tarcísio

Em seu primeiro ano de mandato, governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se divide entre acenos a bolsonaristas e planejamento estratégico com o presidente Lula.

Um pouco mais de sessenta dias depois de assumir o governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas mudou temporariamente seu gabinete para São Sebastião na costa norte para lidar com as consequências de uma chuva que resultou em 65 mortes e centenas de desalojados, tornando-se seu primeiro grande desafio como governador.

Em seu primeiro ano de governo, percebe-se a persistência de Tarcísio, ao aprovar a privatização da Sabesp, uma proposta de campanha, na Assembleia Legislativa. No entanto, isso não significa que o governador não tenha lidado com crises na educação e greves no transporte público.

Tarcísio tem caminhado na corda bamba entre agradar a base bolsonarista que contribuiu para sua eleição e a necessidade de tomar medidas estratégicas para o bom funcionamento do governo, o que muitas vezes requer diálogo com o presidente Lula e seu gabinete.

Seus esforços para implementar uma reforma tributária proposta pelo presidente Lula foram criticados por apoiadores de Bolsonaro, que o taxaram de traidor. Foi em uma dessas ocasiões que Tarcísio se viu interrompido por Bolsonaro em um evento do PL ao defender a reforma.

As tensões com esses dois grupos até mesmo influenciaram a decisão de Tarcísio em uma reunião com os governadores, convocada pelo presidente Lula para discutir as ações golpistas registradas no início de janeiro.

Apesar das pressões políticas, Tarcísio se mostrou aberto ao trabalho conjunto com o atual presidente e seus ministros. Na ocasião das chuvas em São Sebastião, o governador e o presidente Lula prometeram colaboração bilateral em medidas de prevenção a desastres naturais no estado.

Além disso, Tarcísio buscou empreender medidas alinhadas com suas promessas para seu eleitorado. Em termos de segurança pública, uma postura mais rígida contra a criminalidade foi adotada durante seu governo. Além disso, o governo Tarcísio pretende implementar um programa próprio de escolas cívico-militares, uma iniciativa interrompida pelo governo federal sob a direção de Lula.

Com relação às privatizações, a de Sabesp se destacou como a principal ação do seu primeiro ano. No final da sua gestão, a Assembleia Legislativa aprovou a venda de ações que farão com que o governo deixe de ter controle sobre a empresa. Ainda, um plano de concessões mais amplo envolvia a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e todas as linhas do Metrô, o que instigou greves no transporte público durante o ano.

Por outro lado, o governo de Tarcísio viu uma série de recuos na educação. O Secretário de Educação, Renato Feder, tem sido criticado por fazer anúncios sem consultar a rede de ensino. Uma dessas declarações dizia respeito à mudança para materiais totalmente digitais nas salas de aula e o abandono do Programa Nacional do Livro e do Material Didático.

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