Os impactos do uso excessivo de eletrônicos sobre a saúde mental e o desempenho escolar de crianças e adolescentes estão se tornando uma preocupação crescente. Drauzio Varella utilizou a plataforma do Fantástico para explicar como pesquisadores estão tentando entender o fenômeno e como encorajar o uso saudável de dispositivos.
Um estudo realizado este ano apontou um aumento significativo no número de crianças menores de seis anos que já estão conectadas à internet. O pediatra Daniel Becker, especializado no tema, fala sobre suas observações detalhadas sobre essa tendência crescente.
Ele explica que, durante a adolescência, o córtex pré-frontal do cérebro humano, responsável pelo controle de impulsos e respostas à ameaças e recompensas, ainda não está completamente desenvolvido. Portanto, a exposição excessiva à tecnologia e às redes sociais pode expor esses jovens a situações para as quais eles não estão preparados.
No entanto, o uso excessivo de dispositivos não inevitavelmente levará a problemas de saúde mental em todos os usuários, sendo mais provável que essas consequências sejam mais intensas em indivíduos já vulneráveis.
Quando questionado sobre como as famílias podem ajudar a prevenir o uso excessivo, Becker destaca a importância da supervisão e da criação de alternativas atraentes ao mundo digital. 'Precisamos criar um mundo excelente fora do celular, o que é uma tarefa essencial para as famílias, embora não seja fácil', diz ele.
Foi conduzido um estudo experimental com famílias no Rio de Janeiro e em São Paulo para ver como essas orientações poderiam funcionar na prática. Representada por Maria Eduarda de Souza Santos (Duda), ela admite que até sente ansiedade quando não está com o telefone em mãos. Seus pais se esforçam para limitar o tempo que ela passa na frente da tela.
Para criar formas saudáveis de gerenciamento, Drauzio propôs uma redução gradual no uso do celular, um plano apoiado tanto por Duda quanto por sua família. A família notou que depois de adotar essas medidas, Duda tornou-se mais ativa.
Esses problemas surgem quando o convívio social se torna insatisfatório e podem levar a crises de saúde mental e ao chamado 'convívio precário'. Alguns sinais de alerta incluem irritabilidade, reações explosivas, tristeza profunda, reclusão social e fraco desempenho escolar. A solução passa por dialogar e exemplificar, estabelecendo regras razoáveis que os pais também seguem.
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