Cerca de 60 grandes nomes no mundo da cultura se uniram para condenar o que acreditam ser uma 'caça às bruxas' contra o ator Gérard Depardieu, que se encontra no centro de um escândalo politicamente carregado após a transmissão de um documentário na France 2. Os apoiadores do ator expressaram sua solidariedade em uma coluna publicada na plataforma online do 'Figaro' na última segunda-feira.
Entre os apoiadores estão o diretor Bertrand Blier, as atrizes Nathalie Baye, Carole Bouquet e Charlotte Rampling, e nomes como Jacques Weber, Pierre Richard e Gérard Darmon, além de cantores como Roberto Alagna, Carla Bruni, Arielle Dombasle e Jacques Dutronc.
No documento, eles afirmam: 'Gérard Depardieu é indiscutivelmente um dos maiores atores. O último ícone sagrado do cinema. Não podemos permanecer em silêncio diante do ataque que está sofrendo, perante a quantidade de ódio injustificado que se derrama sobre sua pessoa, na mais completa absurdo e desrespeito à presunção de inocência, que teria sido concedida a ele, como todos os outros, se não fosse a figura gigantesca do cinema que é.'
Na mesma carta, os partidários de Depardieu continuam: 'Quando atacam Gérard Depardieu desta maneira, atacam a arte. Através de seu talento como ator, Gérard Depardieu contribui para o prestígio artístico de nosso país. (...) Venha o que vier, ninguém nunca poderá apagar o traço indelével de seu trabalho que marcou para sempre nosso tempo. O resto, e tudo o mais, cabe apenas à justiça; apenas à justiça. Exclusivamente.'
Anteriormente, o presidente Emmanuel Macron e membros da família do ator, incluindo sua filha Julie, já haviam falado em defesa de Gérard Depardieu, acusado em uma das duas denúncias. Em ambos os casos, ele negou ter cometido qualquer ilegalidade.
A transmissão recente de uma reportagem sobre o ator no programa “Complément d’investigation” da France 2 causou grande agitação.
No documentário, Gérard Depardieu, conhecido por seu papel como Cyrano de Bergerac, profere comentários misóginos e insultuosos quando se dirige a mulheres, indo tão longe quanto fazer comentários de natureza sexual sobre uma criança.
No entanto, o grupo France Télévisions garantiu que a cena foi 'autenticada' por um oficial de justiça após o chefe de estado sugerir que a sequência poderia ter sido modificada durante a edição, algo que a família do ator já havia afirmado antes.
Em meio ao escândalo, Gérard Depardieu foi privado da Ordem Nacional de Québec e de seu título de cidadão honorário da comuna de Estaimpuis (Bélgica), enquanto sua estátua no museu Grévin em Paris foi removida do roteiro oficial.
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