Harry Potter, a série de livros amada por muitos, se tornou um tesouro inesperado para os pesquisadores de inteligência artificial (IA). Isso se deve à enorme influência contínua que a série tem na cultura pop e à vasta gama de dados linguísticos contidos nela.
Em um desenvolvimento recente, um artigo intitulado 'Quem é Harry Potter?' ilustrou uma técnica avançada que permite que grandes modelos de linguagem esqueçam informações seletivamente. A tarefa é uma faca de dois gumes, uma vez que os grandes modelos de linguagem que alimentam os chatbots da IA dependem de dados coletados on-line, muitos dos quais são protegidos por direitos autorais ou problemáticos de outra forma.
Os autores do artigo, os pesquisadores da Microsoft, Mark Russinovich e Ronen Eldan, argumentam que os modelos de IA podem ser modificados para excluir informações sobre os livros de Harry Potter sem comprometer a capacidade analítica geral do sistema. Tendo escolhido os livros devido à sua onipresença, eles esperam que qualquer pessoa seja capaz de avaliar o resultado de sua técnica
Em uma pesquisa semelhante, realizada por pesquisadores da Universidade de Washington, Universidade da Califórnia e do Allen Institute for AI, foi desenvolvido um modelo de linguagem chamado Silo, capaz de descartar dados para minimizar riscos legais. No entanto, quando o modelo foi treinado apenas em textos de baixo risco, seu desempenho diminuiu significativamente, constataram os pesquisadores.
Com o uso contínuo dos livros de Harry Potter no treinamento de IA, os pesquisadores foram capazes de entender como trechos individuais de texto afetam o desempenho do sistema. Resultado? Sem Harry Potter nos dados de treinamento, a precisão do modelo de IA piorou.
Referências a Harry Potter têm aparecido em estudos de IA há pelo menos uma década. À medida que a academia e a indústria tecnológica se voltam para ferramentas de IA que podem processar e responder à linguagem natural, a popularidade de Harry Potter continuou a crescer. “A abundância de cenas, diálogos e momentos emocionais torna [Harry Potter] muito relevante para a área específica do processamento da linguagem natural”, disse Leila Wehbe, pesquisadora da Carnegie Mellon, que conduziu uma série de experimentos em 2014 para entender melhor o funcionamento da linguagem.
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