O mercado está otimista para o desempenho do Ibovespa em 2024. Após um rali nos últimos tempos, que colocou o índice em suas maiores altas históricas com um aumento anual acumulado de 20,98%, espera-se que o bom desempenho continue no próximo ano, é o que apontam bancos e corretoras. Em um contexto onde os juros estão caindo, prevê-se uma maior atuação de empresas sensíveis a taxas e ao desempenho interno, como o setor varejista. Os grandes perigos, no entanto, são fatores externos, como o desempenho das economias americana e chinesa, e a gestão fiscal pelo governo Lula.
As projeções para o fim de 2024 estão na faixa de 122 mil a 160 mil pontos, de acordo com os principais bancos e corretoras. Prevê-se, em média, que o índice atinja 144,2 mil pontos - um aumento de 8,65% em relação ao fechamento de sexta-feira, 22 de dezembro, quando ficou em 132.751 pontos. O Bank of America espera que o Ibovespa chegue a 145 mil pontos em 2024, enquanto o JP Morgan estima 142 mil pontos. A XP Investimentos, prevendo uma queda nos juros e um aumento no fluxo de investidores, também aumentou sua estimativa para o Ibovespa, fixando-a em 142 mil pontos. A Guide projeta 155 mil pontos, e o Santander apresenta a estimativa mais otimista, prevendo que o índice alcance 160 mil pontos.
O Santander acredita que os lucros na bolsa serão impulsionados pela continuação dos cortes nos juros, estimando que a taxa Selic chegue a 9,5% no próximo ano. O Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central, já estimou uma taxa ainda menor, de 9%. Além disso, o banco prevê uma probabilidade de 60% de o Federal Reserve, o banco central americano, começar a reduzir os juros. Se confirmada, existe a tendência de um aumento no fluxo de investidores estrangeiros na bolsa brasileira.
A maior ameaça à bolsa vem do risco de ocorrerem surpresas que force os bancos centrais, principalmente o Federal Reserve, a manter altas taxas de juros por um período mais longo. Após a última reunião do Federal Reserve neste ano, o presidente do banco, Jerome Powell, sinalizou aumentos na esperança do início do corte de juros, o que fez o Ibovespa subir. No contexto interno, os principais perigos são os riscos fiscais. Uma política governamental mais expansiva e a possibilidade do governo não cumprir a meta de déficit zero no próximo ano podem resultar em perda de confiança na política fiscal.
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