MUNDO POLÍTICA

Israel insinua ter executado retaliações contra Irã, Iraque e Iêmen

Constantes hostilidades, incluindo na noite de Natal, resultam em quase 80 mortes

Yoav Gallant, ministro da Defesa israelense, sugeriu na terça-feira, 26, que Israel realizou retaliações no Iraque, Iêmen e Irã. Essas ações seriam uma resposta aos ataques realizados contra seu conflito com os militantes palestinos, liderados pelo grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza.

“Estamos numa guerra de múltiplos fronts e sendo atacados em sete palcos: Gaza, Líbano, Síria, Judeia e Samaria (Cisjordânia), Iraque, Iêmen e Irã. Já respondemos e adotamos ações em seis desses palcos”, declarou Gallant aos parlamentares.

Desde o começo do conflito, iniciado por um ataque do Hamas em 7 de outubro, as Forças de Defesa de Israel já revidaram ataques diretos do Líbano e Síria, além de realizarem operações na Cisjordânia, territoritório ocupado. No entanto, o governo israelense não confirmou oficialmente quaisquer ações no Iraque ou Iêmen, locais com forte presença de grupos apoiados pelo Irã.

As tensões entre Israel e o Hamas seguem em alta. Um ataque israelense na Faixa de Gaza, ocorrido na véspera de Natal, resultou em pelo menos 70 mortes, de acordo com autoridades locais. O local mais afetado foi um campo de refugiados. Além disso, os bombardeios prosseguiram até a manhã seguinte.

A mesma região já havia sido atingida por outros ataques em novembro, que teriam causado a morte de 30 pessoas. Suplementares explosões durante o período natalino teriam elevado o total de vítimas fatais para 78.

A sequência de ataques ocorreu pouco depois da aprovação de uma resolução pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas que “exige” de todos os envolvidos no conflito a “entrega segura e sem obstáculos de ajuda humanitária em grande escala”. Os Estados Unidos e a Rússia, que poderiam ter vetado a medida por serem membros permanentes do órgão, se abstiveram da votação, que elegeu a resolução com 13 votos a favor.

O Conselho de Segurança demorou quase 80 dias para aprovar um texto que expressasse a visão oficial do organismo sobre o conflito no Oriente Médio, fato que gerou críticas em relação ao ritmo e à eficácia do órgão. A maior parte das dificuldades surgiu por parte dos Estados Unidos, aliados de Israel, que barravam propostas que permitissem críticas ao exército e ao governo israelenses ou que pedissem um imediato cessar-fogo.

O primeiro projeto da resolução pedia a “suspensão urgente das hostilidades” para permitir a entrada de auxílio humanitário em Gaza. Este ponto foi alterado e substituído por um pedido de “medidas urgentes para permitir imediatamente o acesso humanitário seguro e sem entraves, e também para criar as condições para uma suspensão sustentável das hostilidades.”

Outra seção solicitava ao secretário-geral das Nações Unidas a criação de um mecanismo que seria “exclusivamente” responsável por monitorar os envios de assistência ao enclave, sem a intervenção de Israel. Essa parte também foi modificada, e agora a resolução pede a nomeação de um “coordenador humanitário sênior e de reconstrução” cuja função seria “facilitar, coordenar, monitorar e verificar em Gaza, conforme apropriado, a natureza humanitária de todas as remessas de ajuda”.

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