O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou presença na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28), em Dubai, retomando a relevância internacional do Brasil no que diz respeito ao meio ambiente. No entanto, sua aproximação com os maiores produtores globais de petróleo causou polêmica em um momento em que há grande pressão global para abandonar combustíveis fósseis.
Lula defendeu a redução da dependência econômica desses combustíveis e a aceleração do desenvolvimento de energias renováveis em seu discurso de abertura na COP, sendo um dos três chefes de Estado a fazê-lo. No mesmo dia, no entanto, seu governo anunciou que pretendia aderir à Opep+, que agrupa os maiores produtores de combustíveis fósseis, o que gerou críticas de ambientalistas.
“O Brasil precisa entender que liderança climática e petróleo são como água e óleo. São coisas que não se misturam. Está todo mundo olhando para o Brasil, muito ansioso, esperando o que o Brasil vai fazer em Belém, como o Brasil vai ajudar a mover esse processo para frente”, observou Cláudio Angelo, coordenador de política climática do Observatório do Clima.
O Brasil tem mantido um papel importante nas discussões sobre as mudanças climáticas, mesmo com a aproximação com a Opep+. O governo tem se esforçado para reduzir o desmatamento na Amazônia e dados mostram uma queda significativa nos últimos 11 meses.
No entanto, a atitude ambígua do governo brasileiro em relação ao petróleo preocupa alguns especialistas, que acreditam que isso pode gerar dúvidas sobre a verdadeira intenção do Brasil em resolver questões ambientais.
“É inaceitável que o país que tenta se posicionar como uma liderança climática, e afirma querer garantir que o mundo se mantenha no limite de 1,5ºC ao mesmo tempo, se alinhe com os maiores produtores de petróleo do planeta”, analisa Leandro Ramos, diretor de programas do Greenpeace Brasil.
Em sua participação na COP-28, Lula também insistiu que os países mais ricos devem financiar a transição ecológica e os custos de adaptação climática para países de média e baixa renda.
O governo brasileiro lançou uma proposta para aumentar o financiamento para a conservação de florestas, conhecida como Fundo Floresta Tropical para Sempre. A ideia é captar investimentos que serão usados para remunerar aqueles que ajudam a preservar florestas.
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