O presidente Lula, durante sua fala na abertura da 63ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul no Museu do Amanhã, Rio, lamentou não poder cumprir seu sonho de anunciar a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia durante a presidência do Brasil no bloco. Entretanto, ele enfatizou que as negociações não devem ser interrompidas mesmo após duas décadas de tentativas.
“Eu tinha um sonho de que na minha presidência e do companheiro Pedro Sánchez [presidente da Espanha e presidente temporário da União Europeia] que a gente pudesse concluir. Eu achava que a gente merecia. […] Que a gente pudesse fazer a conclusão dele de forma majestosa e que eu achava que a gente merecia. Sabem do esforço que fizemos. De qualquer forma, não deu certo”, expressou.
Estiveram presentes na cúpula outros presidentes além do ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Durante o encontro, Lula incentivou o presidente do Paraguai, que assumirá a presidência do Mercosul nos próximos 6 meses, a não desistir das negociações com a União Europeia.
O presidente brasileiro relatou ter feito um apelo ao presidente da França, Emmanuel Macron, e ao chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, para apoiar o acordo. Macron, entretanto, manifestou resistência ao acordo por motivos ambientais, argumentando que os países sul-americanos não seguem as mesmas normas ambientais aplicadas na França. Essa posição acabou interrompendo as negociações por enquanto.
Lula criticou o pré-acordo estabelecido pelo governo anterior, liderado por Jair Bolsonaro, alegando que era desrespeitoso e tratava o Brasil como um país colonizado. Ele acredita que houve progressos nas negociações, mas a resistência e a falta de flexibilidade dos europeus ainda são obstáculos. Ele declarou que os europeus precisam valorizar mais os produtos do Mercosul, comprando mercadorias de maior valor agregado.
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