O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, propôs, em reunião de cúpula do Mercosul realizada no Rio de Janeiro, a criação de uma declaração conjunta em resposta à possibilidade de guerra entre a Venezuela e Guiana. A reunião contou com a presença dos presidentes e chanceleres dos país do bloco.
Segundo Lula, a declaração deve ser firmada não somente pelos chanceleres, mas também pelos ministros de Defesa. O presidente expressou a preocupação do bloco com a disputa territorial sobre a região do Essequibo. Lula ofereceu o Brasil e o Itamaraty para sediar as reuniões necessárias para tratar sobre o Essequibo.
Declarou ainda que a América do Sul 'não precisa de guerra' e que é essencial trabalhar para manter a paz.
Na noite de quarta-feira, Lula, juntamente com o chanceler Mauro Vieira e o conselheiro especial da Presidência, Celso Amorim, se reuniram para discutir a disputa entre Venezuela e Guiana.
O conflito entre a Venezuela e a Guiana, que existe desde quase 200 anos atrás, preocupa Brasília, pois o presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou um plebiscito marcado para 3 de dezembro para decidir sobre a anexação do Essequibo, uma região rica em petróleo que compõe dois terços do território da ex-colônia britânica.
Maduro também propôs a criação de um novo estado na região, chamado de Guiana Essequiba, e orientou a PDVSA, empresa estatal de petróleo da Venezuela, a criar o setor 'PDVSA-Essequiba' para emitir licenças para exploração na área. Este movimento agravou a tensão na região e fez aumentar os temores de um possível confronto militar.
Amorim apontou, em uma entrevista concedida ao Valor, que a recente movimentação de Maduro para anexar o Essequibo coincidiu com um conturbado processo eleitoral venezuelano, que foi ofuscado pelo referendo convocado em outubro.
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