Assumindo a Presidência da Argentina em 10 de dezembro, Javier Milei celebra uma semana cheia de medidas discutíveis.
Durante sua campanha presidencial, Milei, um ultraliberal, costumava fazer um discurso radical de antipolítica, condenando o sistema político e recorrentemente proclamando: 'Viva a liberdade, caralho'.
No entanto, as contradições começaram a aparecer já dia de sua posse. Milei acabou com um decreto de 2018 que proibia parentes de funcionários eleitos de ocupar um cargo público. Imeditamente depois, nomeou sua irmã, Karina Milei, como secretária-geral de seu governo.
A responsabilidade de Karina como secretária-geral será auxiliar o presidente em políticas públicas, preparação de comunicados, participar de tarefas cerimoniais e protocolares, e gerir as conexões com o público, de acordo com fontes na imprensa argentina.
As polêmicas continuaram quando, na quinta-feira, a ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich (que ficou em terceiro nas eleições presidenciais), anunciou uma regra que ameaça prender manifestantes que bloqueem as ruas da Argentina durante protestos. Esta medida colide diretamente com o famoso lema de Milei: 'Viva a liberdade'
Adicionalmente, o texto ainda estabelece que os autores dos protestos deverão cobrir os custos relacionados ao envolvimento da polícia, a geração de uma lista das entidades que realizam a maioria dos bloqueios e a proibição da participação de menores de idade em tais eventos.
Segundo estatísticas divulgadas no jornal 'Clarín' pela consultoria Diagnosis Político, só em Novembro de 2023 ocorreram 568 bloqueios de rua em todo o país. O recorde foi alcançado em agosto do mesmo ano, com 882 interdições.
Ecoando um slogan de sua campanha presidencial 'el que corta no cobra' ('quem corta, não recebe'), que implicava em revogar benefícios sociais daqueles que bloqueiam as ruas, Milei tem contrariado seu próprio mote de 'Viva a liberdade'.
Em uma guinada econômica, o ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou um plano de ajustes. Este pacote inclui a desvalorização do peso, a redução de subsídios e o cancelamento de licitações, que prometem impactar profundamente o cenário economômico do país.
Apelidado de 'Plano Motosserra' pela mídia, esta estratégia refere-se ao emblemático símbolo de motosserra que Milei usou em sua campanha, representando o corte drástico nos gastos públicos que ele propõe implementar.
Algumas destas medidas, incluindo um aumento médio de 25% nos preços dos combustíveis implementado pela petrolífera estatal YPF, já causaram corridas aos postos de gasolina por parte dos habitantes assustados com a possibilidade de novas altas.
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