BOLSONARISMO BRASIL FAKE NEWS POLÍTICA

Moro agride Lula com ofensa em comparação ao primeiro ano de governo

Assegurado com a ameaça de anulação de seu mandato cada vez mais eminente, Sergio Moro recorreu à frase icônica de James Carlile, estrategista da campanha de Bill Clinton, para atacar Lula. Moro associa o presidente ao declínio institucional, esquecendo que abandonou sua carreira na magistratura para se unir ao ministério de Bolsonaro.

A situação de Sergio Moro, membro da União (PR), aparenta cada vez mais uma eminentemente desfavorável: a cassação de seu mandato. Pese essa sombria perspectiva, em artigo publicado no Gazeta do Povo, jornal de origem paranaense, na última quarta-feira (27), Moro não hesitou em maldizer Lula. Para tal, recorreu à frase infame de James Carlile, estrategista da campanha de Bill Clinton em 1992, e fez uma adaptação audaciosa.

O artigo, intitulado 'São as instituições, estúpido', mostra Moro utilizando uma variação da frase 'É a Economia, estúpido', creditada a Carlile como mote da campanha de Clinton na eleição presidencial contra George Bush, para lançar ofensas ao presidente Lula.

Ao se autodeclarar como oposição ao governo, Moro começa o artigo com uma aparente abertura para um julgamento equilibrado. Entretanto, logo evidencia suas intenções de ataque ao governo. Moro, que deixou sua carreira na magistratura logo após exercer forte influência nas eleições de 2018 para ingressar no Ministério da Justiça de Jair Bolsonaro, se concentra em criticar uma suposta 'deterioração institucional e que ela terá as suas consequências na esfera econômica'. Vale ressaltar que Moro deixou o governo Bolsonaro em meio a desavenças e só reconciliou com o ex-presidente no segundo turno de 2022.

Sergio Moro escolhe fazer vista grossa à avaliação favorável das agências de risco, que reclassificaram positivamente o Brasil por seu ambiente democrático restaurado, após impassível caos gerado durante o regime de Bolsonaro.

Nesse contexto, Moro chega a contradizer-se ao apontar a Reforma Tributária como um feito bem-sucedido do governo lula, ao mesmo tempo em que questiona a efetividade da Reforma Tributária em simplificar o sistema tributário.

Moro ainda tenta criticar Lula por nomear seu advogado pessoal para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, convenientemente deixando de mencionar que isso era parte do acordo que fez com o ex-presidente em troca de uma vaga no tribunal.

As acusações de Moro desviam a realidade dos números, ao julgar o Ministério da Justiça e Segurança Pública como sendo mais conhecido por receber a esposa de um líder de tráfego de drogas. Infelizmente, é um eco da notícia falsa divulgada pelo Estadão.

Moro termina seu artigo com uma advertência sombria, desconsiderando os índices positivos no primeiro ano de governo de Lula: 'A deterioração institucional, infelizmente, cobrará, a seu tempo, o seu preço'. Esta declaração ocorre às vésperas do iminente julgamento de Moro por malfeitos durante sua pré-campanha eleitoral em 2022.

Deixe um Comentário!

Para comentar, faça Login, clicando aqui.