Uma nova espécie de dinossauro que habitava a região da atual cidade de Araraquara, no interior do estado de São Paulo, foi identificada por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ). Essa fera carnívora perseguia suas presas nas extensas áreas de um deserto com dunas há aproximadamente 135 milhões de anos.
De acordo com Marcelo Adorna Fernandes, um pesquisador e professor da Ufscar, o dinossauro tinha cerca de 90 cm de altura e 1,5 metro de comprimento. A descoberta foi feita a partir do estudo das pegadas que o dinossauro deixou em rochas de arenito usadas para construir as calçadas de Araraquara. Essas pegadas sugerem que a espécie juvenil se ajustava bem ao clima seco e às dunas, que são características do ambiente geológico daquela época.
Este dinossauro foi nomeado Farlowichnus rapidus, e é o segundo vertebrado identificado no Paleodeserto Botucatu. A descoberta foi formalizada após a ocorrência informal de dinos terópodes (carnívoros). O desenvolvimento das pegadas desse dinossauro, que sugere velocidade e agilidade, diferencia essa espécie das demais.
As pegadas fósseis em Araraquara foram inicialmente descobertas em 1976 pelo missionário e paleontólogo italiano Giuseppe Leonardi, e estão sendo extensivamente pesquisadas por Fernandes e sua esposa e colega de pesquisa, Luciana Fernandes.
Além disso, durante suas pesquisas, o casal descobriu uma sequência ontogenética, desde os menores filhotes até os adultos que viveram durante o Cretáceo inferior.
O Farlowichnus rapidus, a espécie recém-descoberta, é suspeito de ser um noassaurídeo, semelhante ao Vespersaurus, cujos ossos foram encontrados no estado do Paraná.
Com essa nova descoberta, o número de espécies de dinossauros brasileiros identificadas formalmente cresceu para cerca de 30.
Há muito mais pesquisa a ser feita, como enfatiza Fernandes, incluindo a descrição formal dos ornitópodes (herbívoros).
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