Javier Milei, o presidente recentemente eleito da Argentina, revelou na última segunda-feira, dia 4, que Luis Petri foi escolhido como ministro da Defesa de sua administração. Petri, nascido em San Martín, província de Mendoza, formou-se em Direito pela Universidad Nacional del Interior. Ele foi selecionado como vice-presidente na equipe de Patricia Bullrich, que será a seguinte ministra da Segurança, em uma votação presidencial concluída em dezembro. Este duo da coalizão de centro-direita Juntos Por El Cambio fará parte do governo de Milei, conforme ressaltado no pronunciamento do agrupamento do presidente eleito divulgado hoje. Milei assumirá o cargo na Casa Rosada no próximo domingo, dia 10.
Como congressista, Petri votou a favor de uma legislação que facilita o ingresso de pessoas trans em empregos formais. No entanto, ele se opôs à legalização e regulamentação do aborto na Argentina, que é lei desde 2020.
A luta pelo ministério da Defesa estava sendo disputada por representantes da centro-direita e da direita radical, sendo esta última mais próxima de Milei, desde o término das eleições. Um obstáculo significativo na disputa era Victoria Villarruel, que será a próxima vice-presidente da Argentina. Durante as eleições, Milei até mencionou que ela seria a responsável por indicar quem seriam os futuros ministros da Defesa e da Segurança. No entanto, isso não ocorreu. Villarruel, filha de militares e uma das principais vozes contra a corrente dominante que atribui à última ditadura militar argentina (1976-1983) o desaparecimento de aproximadamente 30 mil pessoas, queria alguém próximo a ela no comando da Defesa. A influência de Villarruel caiu não só pela escolha de Petri para o cargo, mas também pela nomeação de Bullrich como a próxima ministra da Segurança.
Contrariando o discurso de Milei de diminuição dos gastos públicos durante a campanha, Villarruel havia declarado que mais recursos seriam destinados às Forças Armadas, através do aumento do salário dos militares. Tradicionalmente, a Argentina tem despendido menos que seus vizinhos latino-americanos com gastos militares. Segundo o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), em 2022 a Argentina alocou aproximadamente 0.4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) para gastos militares. Um valor inferior ao de quase todos os países da região, como Colômbia (3.1%), Cuba (2.9%) e Equador (2.2%). O Brasil, de acordo com o mesmo estudo, teve gastos militares em torno de 1.1% do seu PIB, superando o Paraguai (0.8%), a Venezuela (0.6%) e a Argentina.
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