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O Poder Transformador do Judô revelado em Novo Livro de Diretor do Festival de Cannes

No livro 'Judoca', Thierry Frémaux revela um lado pouco explorado de sua personalidade e compara as influências do tatame e do cinema em sua formação.

Aparentemente, os mundos do judô e do cinema têm poucas coisas em comum. No entanto, existem pontos de convergência entre os dois. Ambos se originaram na mesma época, no final do século XIX, e cada um deles evoluiu e superou seus predecessores, o jujutsu dos samurais japoneses e o cinetoscópio de Thomas Edison. Este paralelo é o tema central do mais recente livro de Thierry Frémaux, 'Judoca'.

Frémaux, que é diretor do Instituto Lumière e do prestigioso Festival de Cannes, revela neste livro um lado desconhecido de sua personalidade, a de judoca. A obra, premiada na França, é semelhante a uma biografia cruzada, explorando a história do judô e suas conexões com as origens e evolução do cinema. É também um relato pessoal da formação de Frémaux, da vida no tatame às experiências no tapete vermelho.

Durante uma visita ao Rio de Janeiro em novembro, Frémaux teve a oportunidade de conhecer o Instituto Desportivo e Cultural Haroldo Britto, um projeto social e esportivo baseado na Rocinha. Ele também encontrou-se com velhos amigos brasileiros, incluindo o diretor Cacá Diegues e a atriz Fernanda Montenegro.

Frémaux compartilha que o judô tem sido uma influência significativa em sua vida, lhe proporcionando uma sólida base moral e uma profunda compreensão do self. Ele acredita que o judô e o cinema proporção o mesmo tipo de introspecção: a exploração da própria identidade e do próximo. Em suas palavras, o esporte e o cinema também o introduziram ao mundo, dando-lhe a oportunidade de conhecer pessoas e culturas que, de outra forma, seriam desconhecidas para ele.

Thierry Frémaux tem uma longa e impressionante carreira na indústria cinematográfica francesa. Ele desempenhou um papel crucial na celebração do centenário do cinema nos anos 90 e na restauração dos trabalhos dos irmãos Lumière. Ainda, em 2007, Frémaux sucedeu a Gilles Jacob como diretor do Festival de Cannes. Ele atribui a sua confiança e sucesso aos princípios aprendidos no judô.

O autor também descreve como o judô o ensinou a lidar com desafios e adversidades. Ele acredita que a arte de cair, uma lição central do judô, tem paralelos diretos com a vida e a arte. Frémaux usa a táctica de permitir uma queda para contribuir para a beleza do movimento de seu adversário como uma metáfora para a experiência coletiva na humanidade e na arte.

Apesar de não estar mais ativamente envolvido no judô, Frémaux continua a apreciar o esporte e os princípios que ele incorpora. Ao escrever 'Judoca', ele explorou as origens do judô e a vida de seu criador, Jigoro Kano. O livro flui de reflexões sobre o judô para histórias e citações de mestres do cinema, pintando um vívido retrato da influência mútua entre o esporte e o cinema.

Quanto ao futuro do Festival de Cannes, Frémaux vê um equilíbrio entre tradição e inovação. Ele reconhece o impacto das produções financiadas por grandes empresas de streaming, mas defende que as exibições nas salas de cinema continuem sendo um requisito para a admissão no festival.

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