Duas execuções sumárias que chocaram o país foram, de acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso, perpetradas por dois PMs. A vítimas, dois homens em situação de rua na porta de um Centro de Referência Especializado em Rondonópolis (MT), foram mortos na quarta-feira (27). As investigações apontam que o ato de violência não tinha qualquer motivação além de ódio aos socialmente vulneráveis.
O delegado Thiago Costa, responsável pelo inquérito do duplo homicídio, comentou sobre a brutalidade do caso: “Preliminarmente, o que podemos dizer é que não existe uma causa que gerou essa ação violenta, foi simplesmente um crime de ódio, sem motivação, sem um alvo específico. Foram para simplesmente matar pessoas em situação de rua, pessoas que já vivem na hipossuficiência.”
As pistas do crime emergiram das imagens do circuito de segurança, que registraram um veículo Land Rover no local do crime. O veículo foi o mesmo onde os atiradores foram vistos estacionados em um hospital de Rondonópolis, conforme imagens de câmeras de segurança. Os investigadores descobriram então que os ocupantes do carro eram dois PMs, um dos quais já procurou assistência médica com a alegação de ter sido atingido por um disparo acidental de arma de fogo.
Na quinta-feira (29), os policiais militares Cássio Teixeira Brito e Hélder José da Silva tiveram mandados de prisão cumpridos pela Polícia Civil. Brito foi localizado em casa e agora está detido no 4° Comando Regional de Rondonópolis, enquanto Silva continua foragido. O depoimento de um dos sobreviventes foi crucial para a decisão de solicitar a prisão dos suspeitos. O homem, ainda em situação de rua, garantiu aos investigadores ter visto o momento em que um dos PMs entregou a arma para o outro, que começou a disparar contra os sem-teto que dormiam na rua.
Deixe um Comentário!