O início do ano foi conturbado no que se refere à interação entre civis e militares, mas a visão de alguns oficiais das três forças é que o ano está se concluindo de maneira muito mais positiva do que quando começou. Afirmam que estão vivendo este momento com uma tranquilidade maior enquanto se preparam para as comemorações do dia 8 de janeiro.
Um oficial sênior chegou a afirmar: 'A democracia saiu fortalecida'. Os militares reconhecem que parte das Forças Armadas acabou se deixando levar pelas propostas do bolsonarismo, mas enfatizam que não ocorreu um único movimento de tropas, o que, na avaliação deles, é o aspecto mais relevante. 'O Exército tem 680 estabelecimentos militares, e não houve um único ato', disse um general.
Indignações em relação à eleição do Presidente Lula começaram a arrefecer após o evento de 8 de janeiro, conforme um oficial. Personagens que outrora levantavam bandeiras contra a esquerda se sentiram constrangidos diante da clara ilegalidade dos atos.
A inclinação política das Forças Armadas não é um segredo para ninguém. Um membro da Aeronáutica admitiu: 'Somos conservadores e, no que diz respeito aos costumes, sempre estaremos mais à direita'. Até mesmo o Presidente Lula foi informado de que grande parte dos militares ativos, reservistas e policiais militares haviam votado no outro candidato. Contudo, isso é um direito democrático de votar em quem se preferir.
Além disso, houve complicações na transição de Comando das Forças depois das eleições, o que ocorreu nas épocas anteriores normalmente. Oficiais mencionam como o processo se deu de maneira mais tranquila na Força Aérea, sob o comando do brigadeiro Marcelo Damasceno, enquanto que o almirante Almir Garnier se recusou a deixar o comando para o almirante Marcos Sampaio Olsen na Marinha.
Apesar disso, os militares sublinham que o rito democrático foi seguido. O vencedor da eleição foi juramentado e governa, e as Forças Armadas respeitam isso: 'Ele é o novo comandante supremo das Forças Armadas', ressaltou uma de minhas fontes.
Além do apoio à PEC que proíbe um militar de voltar às forças caso entre para a política, os militares são a favor do retorno da Comissão de Mortos e Desaparecidos. 'Enquanto houver desaparecido é dever do Estado procurar'. Apesar do agitado ano, os oficiais transmitem a sensação de que a situação está melhor agora do que no início.
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