Na manhã de hoje (21.dez.2023), a Polícia Federal realizou uma operação na Braskem para esclarecer acusações relacionadas à mineração de sal-gema em Maceió (AL). A suspeita é de que os padrões de segurança na extração de sal-gema não foram totalmente respeitados pela empresa. A justiça de Alagoas emitiu 11 mandados de busca e apreensão para serem executados em Maceió, além de 2 no Rio de Janeiro e 1 em Aracaju (SE), sendo um desses na sede da Braskem.
De acordo com a Polícia Federal, há indicativos de que a Braskem pode ter omitido informações e fornecido dados falsos aos órgãos reguladores. Essa atitude poria ter permitido que as operações minerais continuassem apesar da instabilidade identificada nas minas.
A atividade de extração, que ocorreu de 1970 a 2019, resultou no afundamento do solo em cinco bairros da capital alagoana, forçando aproximadamente 60.000 pessoas a deixarem suas casas. O problema foi primeiramente relatado pelos moradores do bairro Pinheiro em março de 2018, quando foram identificadas rachaduras no solo e tremores. Depois disso, o mesmo fenômeno foi observado em outros quatro bairros.
A Braskem, que tem operado na região desde 1976 com autorização das autoridades, perfurou 35 poços próxima à lagoa Mundaú, dos quais apenas quatro estavam em operação em 2018. Em 2019, após a realização de estudos técnicos pelo Serviço Geológico do Brasil, concluiu-se que as rachaduras e os tremores estavam ligados à extração de minérios feita pela Braskem. As licenças da companhia foram suspensas e ela anunciou o fim das atividades no local em novembro de 2019.
Em 20 de julho de 2023, a Braskem chegou a um acordo com a prefeitura de Maceió garantindo uma indenização de R$ 1,7 bilhão à cidade, direcionada para a realização de obras de infraestrutura e a criação do Fundo de Amparo aos Moradores.
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