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Oposição articula derrubada de vetos ao PL dos agrotóxicos

Coordenador da bancada ruralista, Pedro Lupion, garante ter os votos necessários para derrubar os vetos do Presidente Lula referentes ao projeto de lei dos agrotóxicos.

A Frente Parlamentar da Agropecuária já está organizando a derrubada dos 14 vetos propostos pelo presidente Lula ao projeto que objetiva flexibilizar o processo de análise para a utilização de novos agrotóxicos no Brasil. A aprovação do texto é uma prioridade para a bancada ruralista na Câmara e no Senado desde 2022. Pedro Lupion, o presidente da frente parlamentar, já anunciou em suas redes sociais a intenção de mobilizar a bancada para reverter os vetos.

O ponto de mudança crucial na versão sancionada é a preservação do poder de veto do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária à aprovação de novos pesticidas. Os ambientalistas criticaram o projeto original que concedia monopólio ao Ministério da Agricultura, tornando assumindo assim o Ibama e a ansvisa em contratados de consultoria no processo de análise.

O governo defende que esta medida evita a transferência da reanálise toxicológica (por riscos à saúde) e ecotoxicológica (por riscos ambientais) para uma única agência, garantindo a manutenção do modelo tripartite, diretamente associado aos direitos à vida, à saúde e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Porém, a bancada ruralista enxerga o projeto como um meio para modernizar o processo de análise dos agrotóxicos, que eles acreditam ser excessivamente burocrático. Pedro Lupion criticou os vetos, alegando que podem perpetuar essa demora.

Lupion diz: 'Queremos proporcionar ao nosso produtor acesso aos produtos que a Argentina, os Estados Unidos e a União Europeia já utilizam, enquanto aqui a burocracia causa demoras que podem chegar a até 10 anos para aprovação'.

Segundo Lupion, a bancada ruralista não encontrará dificuldades para derrubar os vetos, quando esses forem avaliados pelo Congresso Nacional, em 2024. Nas palavras dele: 'Vamos derrubar esses vetos. Temos os votos e meios para isso, como fizemos com o marco temporal. Queremos que o agro brasileiro seja respeitado.'

Para rejeitar um veto, é necessária a maioria absoluta dos votos, ou seja, 257 votos de deputados e 41 votos de senadores, computados separadamente. Se a quantidade de votos pela rejeição em uma das Casas for inferior, o veto se mantém.

Em dezembro passado, a bancada ruralista conseguiu derrubar facilmente os vetos de Lula ao marco temporal de terras indígenas. O marco temporal limita a 5 de outubro o reconhecimento para a demarcação de terras indígenas, onde os povos originários teriam direito a ocupar apenas as terras que ocupavam ou disputavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. O governo enfrentou uma ampla derrota. No Senado, o placar foi de 19 votos para manter o veto de Lula e 53 para derrubar. Entre os deputados, foram 121 votos para manter e 327 para derrubar o veto, com uma abstenção.

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