Papa Francisco, com seu sorriso acolhedor, assemelha-se à figura de um avô que, na última década, fez da Igreja um lugar mais gentil e inclusivo. Mas, esta imagem é contraposta pela sua ira contra aqueles que se opõem a suas reformas. Analistas e conservadores do Vaticano percebem que Francisco, ainda se recuperando de uma inflamação pulmonar que o levou a adiar sua leitura em um evento e cancelar uma visita à COP28, está usando suas energias limitadas para acertar as contas e exilar seus críticos.
Após a morte de seu antecessor conservador, Bento XVI, no último ano, Francisco voltou sua atenção para dois de seus mais fervorosos críticos nos Estados Unidos. Em um ato que indica um ativismo ainda mais frenético contra seus oponentes, Francisco definiu papéis para exilar um dos principais antagonistas, que anteriormente gozava de proteção, e contra outros que o acusaram de demolir a igreja.
Segundo Sandro Magister, observador do Vaticano, Francisco sempre teve uma postura assertiva e agia rapidamente quando se tratava de alterações de pessoal. A morte de Bento XVI teria sido o catalisador para um período de ação mais intensa contra seus adversários. Além disso, Francisco, que está quase completando 87 anos, tem limites na paciência e já acredita que algumas críticas têm caráter político e ideológico.
Consequentemente, neste mês, o Papa Francisco decidiu agir contra o bispo de Tyler, Texas, Joseph Strickland, um crítico fervoroso do pontífice. O resultado de uma investigação do Vaticano levou à remoção de Strickland. Francisco vislumbrou também tomar medidas contra outro adversário norte-americano, o cardeal Raymond Burke, por sua conduta que contribuía para a desunião na igreja.
Entretanto, o Cardeal Burke contestou as alegações e seu porta-voz afirmou que não havia recebido nenhuma notificação formal de despejo. Mesmo que Burke perca o apartamento, ele permanecerá uma figura de destaque entre os conservadores católicos.
Enquanto os conservadores veem as ações de Francisco com preocupação, os liberais lamentam sua inação em questões significativas, como a permissão para padres casados, bênçãos para pessoas do mesmo sexo e a comunhão para os divorciados e recasados. Apesar disso, Francisco resiste firmemente aos esforços da igreja progressista alemã em questões que vão do celibato sacerdotal às bênçãos para pessoas do mesmo sexo.
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