A Polícia Federal deu início, na terça-feira 19, a segunda fase da operação Dinastia para tentar capturar Luis Antonio da Silva Braga, mais conhecido como Zinho. Ele é reconhecido como líder da milícia que opera na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo apurado pela investigação, a deputada estadual Lucinha (PSD-RJ) é suspeita de ser o elo político desse grupo criminoso.
Esta é a segunda vez que a Polícia Federal tenta prender Zinho. Na primeira fase da operação Dinastia, ocorrida em agosto deste ano, a tentativa de captura falhou. No total, 12 mandados de prisão preventiva serão cumpridos nesta fase. Até o momento, ainda não se tem informação sobre a captura de Zinho. No entanto, outros cinco indivíduos, cujos nomes ainda não foram divulgados, foram detidos na primeira parte desta manhã.
O objetivo desta etapa da ação é desmantelar o núcleo financeiro da organização criminosa. Isso inclui a identificação da estrutura responsável pela imposição de 'taxas' ilegais a grandes empresas e pequenos comerciantes locais, bem como as contas correntes que recebem esses pagamentos ilícitos.
A operação ocorre poucos dias após a PF vasculhar endereços associados à deputada estadual Lucinha. Ela é suspeita de atuar como suporte político da milícia na Assembleia Legislativa do Rio. A parlamentar não foi presa, mas a Justiça ordenou seu afastamento do cargo.
De acordo com a investigação, Lucinha estaria usando seu mandato para favorecer os interesses do grupo criminoso. Isso incluiria ações como a elaboração de políticas públicas favoráveis ao grupo, a liberação de prisioneiros e o acesso privilegiado a informações sobre operações e investigações em curso.
O site G1 reportou que Lucinha se encontrou pelo menos 15 vezes com indivíduos ligados a Zinho. O líder miliciano teria participado de algumas dessas reuniões e era chamado de ‘irmão’ pela deputada. Em contrapartida, os membros da milícia se referiam a ela como 'madrinha'.
Apesar das conexões entre as duas operações, Lucinha não é alvo da operação conduzida nesta terça-feira, que é realizada em conjunto com o Gaeco, do Ministério Público do Rio. Todos os mandados de prisão e de busca e apreensão da operação foram autorizados pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do TJRJ.
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