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Possível fuga de parlamentares do PSDB caso Aécio Neves assuma instituto partidário

Disputa pelo comando do Instituto Teotônio Vilela, que conta com recursos vultosos do fundo partidário, entre a ala de deputados do PSDB e o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, pode levar à saída de alguns membros do partido.

Deputados do PSDB ameaçam abandonar o partido caso não sejam bem sucedidos na disputa interna pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV). Essa situação se instalou um dia após Marconi Perillo ser aclamado como o novo presidente da legenda. Eles desejam que Rodrigo Garcia, ex-governador de São Paulo, lidere a entidade que recebe mais de 20% do fundo eleitoral do partido. No entanto, Aécio Neves, deputado por Minas Gerais, também tem interesse na posição.

Aqueles que estão insatisfeitos com o embate interno afirmam que assumir o comando do ITV era a única exigência para apoiar Marconi Perillo na presidência. Agora, eles estão aguardando para ver como será o processo de tomada de decisões na diretoria: se Marconi vai buscar consenso com o grupo ou se vai favorecer Aécio, um aliado. A escolha para a presidência do instituto deve ser anunciada na próxima semana.

Segundo os líderes dessa ala descontente - que também apoiaram a candidatura de Adolfo Viana (BA) ao comando do partido - se o conflito não for resolvido, o PSDB pode perder mais da metade de sua bancada de deputados. Eles afirmam que solicitarão ao TSE a desfiliação por divergência com o programa partidário. É importante ressaltar que parte da crise do PSDB é o resultado do declínio no número de parlamentares. Atualmente, o partido possui 14 assentos na Câmara, em comparação com os 29 deputados eleitos em 2018 e os 54 de 2014.

O ITV atua como o braço acadêmico-político do PSDB. Em 2022, a entidade recebeu R$ 13,4 milhões do fundo eleitoral do partido, o que representa 23,6% do total. Neste ano, a organização já recebeu R$ 2,5 milhões, ou 22% do fundo eleitoral, de acordo com os dados do TSE.

O advogado William Sampaio, membro do quadro histórico do PSDB e ex-secretário-executivo de Segurança entre 2007 e 2010 e secretário particular de Geraldo Alckmin entre 2003 e 2006, saiu em defesa de Garcia.

“O Aécio não faz política olhando no retrovisor, mas ele vai olhar para os dois terços de votos que São Paulo deu a ele em 2014 e refletir. Aécio não é ingênuo, é inteligente e sabe que reorganizar o partido passa por São Paulo”, ponderou Sampaio.

Ao serem procurados, os representantes de Aécio Neves afirmaram que o deputado não irá se posicionar a respeito.

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