O governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, está atentamente monitorando a situação na Argentina desde que Javier Milei assumiu a presidência em 10 de dezembro. Fontes do Palácio do Planalto afirmam que Lula, que já tem uma agenda internacional extensa em 2024, optou por uma abordagem pragmática, buscando evitar confrontos com o novo líder argentino, a menos que seja atacado.
Este pragmatismo tem sido demonstrado pela disposição do Brasil em apoiar a Argentina em fóruns internacionais. Por exemplo, a Corporação Andina de Fomento (CAF) recentemente concedeu ao governo argentino um empréstimo de US$ 1 bilhão, fundamental para o pagamento de uma dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O Brasil apoiou esta situação e, segundo as mesmas fontes, vai continuar a respaldar a Argentina em suas negociações com o FMI.
Lula tem evitado fazer comentários sobre as controvérsias envolvendo Milei, como o decreto que revoga mais de 300 leis vigentes na Argentina – considerado inconstitucional por juristas locais – e sua discutida 'lei ônibus', que permite a Milei governar até 2025 sem passar pelo congresso, com opção de prorrogar até 2027. Esta postura mostra o pragmatismo de Lula, que também é evidente na relação do Brasil com a Venezuela de Nicolás Maduro e a Rússia de Vladimir Putin.
Recentemente, reapareceu nas redes sociais uma entrevista de Milei durante as eleições, na qual ele afirmou que 'a democracia tem muitas falhas', após ser pressionado pelos entrevistadores. Esta declaração, junto com seu pedido de poderes plenos ao Parlamento, mostram que Milei não tem firmes convicções democráticas. No entanto, em relação ao Mercosul, um elemento importante para Lula, o novo governo argentino permanece uma incógnita.
As principais preocupações do governo Lula com essa situação são a estabilidade regional e o comércio bilateral. A menos que Milei faça movimentos drásticos contra o Brasil ou o Mercosul, Lula manterá sua abordagem estratégica e paciente.
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